Tiros de fuzil

Juiz baleado por policiais pretende processar Estado

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11 de outubro de 2010, 15h58

O juiz trabalhista Marcelo Alexandrino da Costa Santos, baleado por policiais civis durante uma blitz no dia 2 de outubro, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, informou que tem a intenção de entrar com um processo contra o governo estadual. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Santos teve alta às 10 horas desta segunda-feira (11/10) do hospital Pasteur, no Méier, zona norte do Rio, mas terá de fazer acompanhamento ambulatorial de equipes de cirurgia. Ele levou um tiro no abdômen e está com dores e restrições de movimento, mas a parte emocional é a mais abalada. “Quando vejo um policial dá até sensação de desmaio. Deixei de dirigir e estou com medo de andar na rua”, informou à Folha.

O juiz destacou que o governo estadual ainda não ofereceu tratamento psicológico para sua família. “Vou ter gastos, prejuízos financeiros a partir de agora”.

Além dele, também foram baleados seu filho, de 11 anos, e sua enteada, de 8. O menino teve os dois pulmões e o fígado perfurados por um tiro de fuzil e a menina teve um pulmão, o estômago e o pâncreas perfurados. O juiz classificou a recuperação dele e de sua família como um “milagre” e informou que as crianças não estão em estado grave, mas estão apavoradas e têm sintomas semelhantes aos da síndrome do pânico. Ele informou ainda que sua mulher, Sunny Lucas Mariano, deixou de dirigir depois do ataque. “Tenho pavor de sair de casa agora”

Blitz
Em 2 de outubro, o juiz trafegava em seu Kia Cerato pela estrada do Pau Ferro, em Jacarepaguá, quando se deparou com uma fiscalização. Supôs se tratar de uma falsa blitz e decidiu voltar. Enquanto manobrava, foi baleado. Segundo perícia policial, os tiros partiram da arma de Bruno Rocha Andrade. Ele e Bruno Souza da Cruz estão presos temporariamente. Os seis policiais civis que participavam da blitz foram afastados de suas funções. O delegado Fábio da Costa Ferreira foi exonerado do cargo de titular da 41ª DP do Rio (Tanque), onde trabalhavam policiais.

Na entrevista, o juiz afirmou que ainda não tem condições de pensar se o fato de terem atirado contra ele e sua família é perdoável ou não e que “foi uma decepção e uma tristeza muito grande os tiros terem partido de policiais”. O juiz voltou a destacar que na hora estava escuro e não foi possível identificar os policiais porque eles estavam à paisana, sem nenhum distintivo. Ele disse que achava que era uma blitz de bandidos.

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