Palavra em jogo

Paulo Maluf perde ação contra ex-chefe do SNI

Autor

1 de outubro de 2010, 18h38

O deputado federal Paulo Maluf (PP) perdeu a ação que moveu contra o general Newton Cruz, chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) no período entre 1977 e 1983, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. Maluf pediu indenização por danos morais e contestou a declaração de Cruz de que ele teria proposto o assassinato de Tancredo Neves

Os desembargadores da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negaram, por unanimidade, o pedido de Maluf. Isso porque ficou provado que o deputado esteve na casa de Cruz e que os dois tiveram uma conversa a portas fechadas. Segundo a Folha, inicialmente, Maluf negava ter ido ao encontro do general.

Para o desembargador Fabio Dutra, relator do caso, por ter sido uma conversa fechada, vale a palavra de um contra o outro. Ele ressaltou as acusações de corrupção contra Maluf ao longo dos anos, ao citar que a imagem pública do político “não raramente, está associada a fatos que não lembram a conduta de um cidadão exemplar”.

Em entrevista à Folha, o advogado de Maluf, Sílvio Garrido, disse que vai recorrer da decisão no STJ. “Há um equívoco na caracterização do dano moral”, afirmou. Já o advogado do general, Clóvis Sahione, considerou a decisão judicial “muito fundamentada”. “Maluf não disse qual foi o teor da conversa. Primeiro, ele negou que tivesse ido à casa do general, e várias pessoas testemunharam que ele esteve lá. Aí, ele já mentiu. Perdeu a credibilidade”.

Segundo a versão do general, Maluf o procurou na sua casa às vésperas da vitória de Tancredo, 1985. Em conversa reservada, o então ex-prefeito de São Paulo, que disputava a Presidência, sugeriu a morte de seu oponente político na ocasião. Em entrevista a Globo News neste ano, Cruz afirmou: “Ele veio com uma conversa de que era preciso fazer alguma coisa para evitar que ele tomasse posse”.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!