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Greve de servidores deixa mais de um milhão de processos parados no Rio

8 de novembro de 2010, 14h31

Por Redação ConJur

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Os servidores do Judiciário no estado do Rio de Janeiro estão em greve há 20 dias. Mais de um milhão de casos estão acumulados desde o início da paralisação, no dia 19 de outubro, de acordo com dados do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Rio de Janeiro (SindJustiça), divulgados pela Agência Brasil.

Apenas 30% do efetivo está trabalhando. Com isso, só os casos emergenciais, como liminares de pensões alimentícias, busca e apreensão de menores, liberação de verba para compra de remédios e alvarás de soltura, são atendidos. O coordenador-geral do SindJustiça, Amarildo Silva, afirmou que o acúmulo de serviço é muito grande. “Isso prejudica a população jurisdicionada, prejudica a classe dos advogados”, disse ele à Agência Brasil.

Ele destacou que a presidência do TJ-RJ não admite a existência do movimento grevista e faz intensas pressões sobre os servidores. O sindicalista acusou a atual administração de ameaças em relação ao corte da folha de ponto e da suspensão dos salários. De acordo com o coordenador do sindicato, o tribunal removeu arbitrariamente 33 servidores de suas funções habituais para lugares distantes como forma de punição. O sindicato espera reverter as punições no Conselho Nacional de Justiça.

A Assessoria de Imprensa do TJ-RJ negou que haja greve e afirmou desconhecer as reivindicações. “Os servidores estão trabalhando normalmente”, disse o órgão.

As reivindicações
O comando da greve exige a garantia de 24% de aumento para todos os servidores. O SindJustiça afirma que o reajuste foi aprovado em 1987, no governo Moreira Franco. Depois de 22 anos, o Supremo Tribunal Federal decidiu pelo cumprimento da medida a partir do dia 3 de setembro deste ano, mas o “governo do estado e o tribunal não cumpriram a determinação”.

A diretoria do sindicato informou que a presidência do tribunal condicionou a abertura de diálogo com os coordenadores do sindicato à suspensão da greve. Em assembleia, na última quinta-feira (4/11), entretanto, a categoria aprovou a continuidade da paralisação. Uma nova assembleia geral está marcada para esta quinta-feira (11/11), às 15h, em frente ao Palácio da Justiça.