Direito de expressão

Dono de emissora de TV crítica a Chávez é libertado

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26 de março de 2010, 14h57

O empresário Guillermo Zuloaga, presidente da Globovisión, única emissora televisão que faz oposição ao presidente Hugo Chávez, da Venezuela, foi libertado horas depois de ter sido detido quando se preparava para embarcar num jatinho para uma ilha do Caribe. Zuloaga foi acusado de "ofensa e vilipêndio" ao presidente. Ele compareceu a um tribunal de Caracas, onde um juiz determinou sua libertação, mas foi proibida, em medida cautelar, de abandonar o país. A informação é da Agência Estado.

Questionado sobre se é um delito opinar na Venezuela, ele disse: "Definitivamente há meios de comunicação com os quais o governo não tem simpatia e busca mudar de qualquer modo sua maneira de atuar, coisa que não conseguiram com a Globovisión." Em um incidente separado, a polícia deteve um deputado dissidente. Com as prisões de ontem, aumentou para três o número de opositores detidos esta semana. Na noite de segunda-feira, a polícia prendeu Oswaldo Álvarez Paz, ex-governador do Estado de Zulia.

A série de detenções deixa à mostra aintolerãncia do governo com as críticas. Com a popularidade em risco por causa da crescente criminalidade e pela crise energética que abala o país, Chávez, segundo analistas, tenta controlar os danos à sua imagem, já de olho nas eleições legislativas de setembro.

Zuloaga criticou o presidente venezuelano em reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em Aruba, na semana passada. "Não se pode falar em liberdade de expressão em um país quando o governo usa a força para fechar os meios de comunicação", disse o empresário no encontro.

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