Tese de defesa

Defesa dos Nardonis se prepara para refutar provas

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19 de março de 2010, 17h13

Com a proximidade do julgamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados pela morte da menina Isabella, os advogados do casal preparam uma ofensiva para contestar as provas periciais que serão apresentadas pela acusação durante o Júri. O julgamento acontecerá na segunda-feira (22/3), no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo. A previsão é que o júri, formado por 24 testemunhas, dure de três a cinco dias. O que vai determinar o número de dias é o tempo que cada testemunha levará para dar o seu depoimento.

A defesa do casal, representada pelo criminalista Roberto Podval, contará também com o auxílio da especialista em perícias criminais, Roselle Adriane Soglio. Podval atuará no caso de uma maneira mais ampla, debatendo todos os pontos. Já Soglio, devido a sua bagagem técnico-cientifica, se concentrará na contestação das provas apresentadas pelo Instituto de Criminalística de São Paulo e pelo Instituto Médico legal. Ela já atuou sem seis júris. Apenas um resultado foi desfavorável ao seu cliente.

À revista Consultor Jurídico, a advogada contou que a tese da defesa ainda não está totalmente fechada e os detalhes vão ser revelados apenas durante o Júri. Ela adiantou, contudo, que estão trabalhando com base nas provas feitas pela acusação e que todas elas serão refutadas com veemência. Segundo a especialista, os fatos não aconteceram conforme apontou a perícia. “As provas produzidas tanto do IML quando do Instituto de Criminalísticas de São Paulo serão contestada faticamente ”, reforça.

Os pontos divergentes, de acordo com a especialista, está no sangue encontrado no carro e na fralda, a marca de pé deixada na cama, e o atestado e a certidão de óbito da menina. Neste último ponto, ela destaca que há informações desencontradas. Isso porque no atestado a causa da morte é registrada como asfixia mecânica e politraumatismo. Já na certidão de óbito, o médico responsável registra que a causa da morte é indeterminada. Os dois documentos foram produzidos no mesmo IML, reforça advogada ao dizer que esse é um dos pontos mais nebulosos do processo.

Ao ser questionada sobre as expectativas para o julgamento, a advogada respondeu que está muito esperançosa e que se os jurados estiverem abertos a ouvir a tese da defesa, há grandes chances de absolvição.

O crime
A menina Isabella morreu aos cinco anos, no dia 29 de março de 2008, depois de cair do sexto andar do prédio onde moravam seu pai e sua madrasta, na zona norte de São Paulo. O casal foi preso em maio daquele ano e permanece na prisão desde então, sob acusação de terem atirado a criança pela janela. O júri popular foi confirmado no início do ano passado. Passado um ano, agora o júri está marcado para esta segunda-feira.

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