Prazo do visto

Brasileira que forjou ataque terá que deixar Suíça

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12 de março de 2010, 21h55

A brasileira Paula Oliveira, condenada em 2009, por tentar enganar a Justiça da Suíça ao forjar um ataque neonazista contra ela própria, já está no Brasil. Segundo informa O Globo, o seu pai Paulo Oliveira, disse que ela já está em casa, em Pernambuco e passa bem. Nesta sexta-feira, a BBC Brasil afirmou que havia uma determinação judicial para que a brasileira deixasse a Suíça até 31 de março.

O prazo foi dado pelas autoridades de imigração suíças, que decidiram não prolongar a validade do visto de permanência da brasileira. O visto atual foi concedido na época em que a advogada trabalhava para uma empresa multinacional em Zurique. Segundo a BBC, Paula Oliveira poderia ter recorrido contra a decisão das autoridades suíças até o dia 5 de março, mas, de acordo com informações das autoridades de imigração de Zurique, não o fez.

Já o pai da advogada disse que ela não solicitou renovação do visto e que, para retornar a Pernambuco, só abriu mão do seguro desemprego a que teria direito por dois anos. Para o pernambucano, o episódio envolvendo a filha é "página virada". Ele negou que ela tenha sido ameaçada de deportação.

Em dezembro, a advogada foi condenada a pagar uma multa de 10,8 mil francos suíços (quase R$ 18 mil) pelos acontecimentos de fevereiro de 2009, além das custas do processo, outros 15 mil francos suíços.

Marcas no corpo
Quando o caso veio à tona, a brasileira disse que havia sido alvo de um ataque xenófobo de neonazistas. Paula alegou que estava grávida e que tinha perdido gêmeos depois que os agressores marcaram, no corpo dela, as iniciais de um partido de extrema direita suíço. O caso, entretanto, mudou de direção quando se descobriu que a brasileira havia mentido em seu depoimento. Paula confessou a automutilação.

Ao longo do caso, o governo brasileiro enviou ao governo suíço mensagens duras, pedindo todo o rigor possível na investigação. Na imprensa brasileira, o caso chegou a ganhar contornos nacionalistas e criou mal-estar na Suíça. Com a decisão de não prolongar a permanência da advogada, a imprensa suíça voltou a tratar do caso com manchetes que lembraram o caso. "Fora com ela!", "Adeus! Paula-mentira tem que deixar a Suíça definitivamente" e "Sem perdão para brasileira condenada" foram alguns dos títulos dados à notícia no país. As autoridades suíças informaram que a advogada se mostrou disposta a deixar o país até o fim do mês.

[Notícia alterada às 22h25, de 12 de março, para acréscimo de informações]

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