Esquema Bancoop

Deputado do PT nega desvio e rebate quebra de sigilo

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7 de março de 2010, 15h58

A investigação do Ministério Público sobre suposto esquema de desvio de verba da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo já está rendendo reações contrárias. O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), rebateu o pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal apresentado pelo promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, contra o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. As informações são da Folha Online.

Para Vecarezza, a investigação é uma “articulação política mal engendrada". "Essas denúncias são falsas. Primeiro porque o Vaccari assumiu a Bancoop depois dos problemas da Bancoop. E o promotor Blat sabe que aquela movimentação [R$ 31 millhões] é interbancária. Ou seja, de diversas contas da Bancoop para uma conta da Bancoop", disse Vacarezza, durante a inauguração da nova sede da Força Sindical, em São Paulo.

O deputado afirmou que o PT não vai tomar nenhuma medida judicial contra o promotor Blat. “Isso não é uma história do partido. É um problema do Vaccari. […] Se eu fosse ele, faria uma representação na corregedoria [do Conselho Nacional do Ministério Publico]", afirmou.

Após tomar conhecimento das declarações de Vacarezza, Blat respondeu as críticas. “Estou fazendo meu trabalho. Um trabalho técnico. E não tenho nenhuma simpatia por partido algum. Não sou tucano nem petista, nem nada", defendeu. E continou: "É sempre a mesma coisa. O que acontece é que quando você investiga um caso envolvendo um partido A, eles te acusam de trabalhar para o partido B. Na verdade, eu só trabalho para o Ministério Público". O procurador ainda informou que ainda não há data para apresentação da denúncia.

Nota da Bacoop
Após as informações do suposto desvio de dinheiro estar sendo investigado pelo Ministério Público de São Paulo, a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo divulgou nota em que nega a existência do esquema. O promotor José Carlos Blat pediu quebra de sigilo  bancário e fiscal do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ex-diretor financeiro e ex-presidente da cooperativa. Blat também pediu o bloqueio das contas da cooperativa. As informações são da Folha Online.

Na nota, a cooperativa diz que "a matéria [publicada pela revista Veja] é extremamente fantasiosa quanto aos fatos, como demonstra a informação de que teriam sido emitidos, para saque em dinheiro, cheques nominais à própria Bancoop em valor total superior a R$ 31 milhões".

De a acordo com a reportagem, o promotor analisou mais de 8.000 páginas de documentos do processo que envolve o desvio de recursos. Ele concluiu que a direção da Bancoop movimentou R$ 31 milhões em cheques para a própria cooperativa – esse tipo de movimentação é uma forma de não revelar o destino do dinheiro.

A Bancoop explica a movimentação bancária: “Na verdade, há uma intensa movimentação bancária entre contas da própria Bancoop, já que cada empreendimento da cooperativa, por força inclusive do Acordo Judicial celebrado com o Ministério Publico, tem conta bancária específica, sendo necessária a transferência de recursos utilizados para o custeio das respectivas obras".

O esquema teria beneficiado campanhas eleitorais do PT, principalmente a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. A Promotoria já investiga o esquema de desvio de recursos da Bancoop desde junho de 2007.

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