LIVRO ABERTO

Os livros da vida do professor Claudinor Barbiero

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12 de maio de 2010, 13h06

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Claudinor Barbiero - Spacca - Spacca

Dos três irmãos, Claudinor Roberto Barbiero era o que mais gostava de estudar e ler. Sem biblioteca em casa, o advogado e professor da Faculdade de Direito  da Universidade Mackenzie, de São Paulo, foi estimulado à leitura pelo seu professor de Português, Antônio Fernandes Deleo. “Ele me incentivou bastante a ler. Devo muito a ele”, agradece. Teve contato com os clássicos da literatura brasileira muito cedo. O último livro que leu foi a biografia do evangelista Lucas, Médico de Homens e de Alma, de Taylor Caldwell.

Aos 12 anos leu seu primeiro livro: A mão e a luva, de Machado de Assis. “Nunca deixei de ler Machado, faz parte da minha vida, da minha formação como pessoa e como intelectual. Também sou fã de Jorge Amado, li todas as obras publicadas”, afirma.

Barbiero se lembra da obra de Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe, um livro que “dizem ser de cabeceira de miss”. Mas o contexto e conteúdo em que estava inserido quando recebeu a obra foi muito significativo para o advogado. Além desse, outro livro marcante para Barbiero é a biografia de Gandhi. Ambos encarados por ele na época de escola básica.

“Adoro romance e biografia, mas li alguns livros de ficção, como 1984 e Admirável Mundo Novo.” Leu bastante nos anos 80: “São incontáveis as obras, todo mês lia um livro”, ressalva. Mas ultimamente tem lido muito livro de Direito, “para a atuação no corpo docente, é necessário”, completa.

Com seus filhos, o advogado procurou estimular a leitura desde cedo. Assim como ele, seu filho do meio também seguiu a carreira jurídica. “Indiquei muitos livros para a formação profissional dele, mas, além disso, ele sempre buscou aprender sozinho. Sempre busca na minha biblioteca”, que conta aproximadamente mil volumes de obras que vão da literatura ao Direito.

O trabalho acadêmico e no campo do Direito, enquanto operador, já dura 34 e 35 anos, respectivamente. Foi professor do ensino médio durante 11 anos, "dava aulas de noções de Direito para alunos no ensino médio técnico do Colégio Visconde de Cairu. E no ensino superior já são 23 anos. “Além de ser uma paixão, ensinar é uma questão de adaptação com os alunos e com as novas técnicas, como o computador, internet, e outros equipamentos”, destaca.

Claudinor Barbiero é formado em Direito pela Fundação Sanjoanense de Ensino Superior Ciências Jurídicas e Sociais (1973), de São João da Boa Vista (SP) e mestre em Direito pela PUC-SP (2000). Atua como advogado, em seu escritório, na área Cível e Trabalhista para pequenas e médias empresas e para pessoa física, como professor de Processo Civil do Curso de Direito do Mackenzie e assessor da Presidência do Tribunal de Ética e Disciplina III da OAB.


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A mão e a luva - Machado de Assis - DivulgaçãoPrimeiro livro
Todas as obras de Machado de Assis marcaram o advogado que sempre gostou de aventuras e se apaixonou pela leitura na escola. Mas A Mão e a Luva foi decisivo para continuar passeando pela literatura brasileira e a ler quase todos as obras de Machado. “Este primeiro livro me fez entender muita coisa, e os fundamentos retirados dele levo para toda a vida”, rememora.

 

 


Livro didático
  “Os meus livros didáticos são de Direito”, diz. "Um que posso apontar aqui é: Introdução à Ciência do Direito, de Hermes Lima. Foi de grande importância para minha formação acadêmica". Além das ciências jurídicas, gosto de ler romances. “Além de Machado de Assis, li todas as obras de Jorge Amado”, lembra. Outro gênero que aprecia na literatura é o de biografias.


Livro jurídico

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Primeiras linhas de Direito Processual Civil - Moacyr Amaral Santos - Divulgação
  Barbiero que também é professor, conta que enquanto se iniciava no Direito, tinha dois ícones, Washington de Barros Monteiro e Moacyr Amaral Santos, que escreveram, respectivamente, Curso de Direito Civil e Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. “Estes livros influenciaram bastante na minha vida profissional”.

O livro de Direito Constitucional de Vongran Ferreira Teixeira também o marcou. “Apesar de não ser tão bom, o conteúdo do livro me deu uma base sólida na minha formação”, diz.


Li e recomendo

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Médico de homens e de alma - Taylor Caldwell - Divulgação
  Além dos livros de Machado de Assis e Jorge Amado, Barbiero recomenda o livro que acabou de ler, Médico de Homens e de Alma, de Taylor Caldwell. “Serve para a vida, entender coisas que não se pode ver.” O livro trata da biografia de São Lucas (Lucano como é chamado no livro), autor de um dos quatro evangelhos que integram a Bíblia. Ele era filho de escravos libertos, e protegido de um grande soldado romano, que pagou seus estudos em Alexandria, para que se tornasse médico. Só aos 10 anos ele ouviu falar em Jesus.

Ao contrário da biografia citada, Barbiero se lembra de um livro que leu, mas que não deixou saudades. O livro As Valkírias de autoria de Paulo Coelho. “Não é um livro totalmente ruim, há sempre algo a ser aplicado no dia a dia, mas este, em especial, não me deixou saudade, nem vontade de lê-lo novamente”, assegura.

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