Falsa cobrança

Quadrilha usa nome do TJ-DF para aplicar golpe

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18 de junho de 2010, 6h15

Uma quadrilha tem usado o nome do Tribunal de Justiça do Distrito Federal para aplicar o chamado golpe da lista telefônica. Com timbre do TJ-DF e o nome da 1ª Vara Cível de Brasília em documentos falsos de cobrança, os criminosos fizeram mais de 50 vítimas desde outubro do ano passado, de acordo com a corte. As entidades lesadas entraram em contato com o tribunal, muitas delas após terem pago várias parcelas de títulos protestados falsificados aos estelionatários.

De acordo com o TJ, a quadrilha costuma atuar longe do DF para dificultar o acesso da vítima à 1ª Vara Cível em Brasília, onde poderia facilmente checar a veracidade do protesto. O tribunal já recebeu ligações de vítimas de várias cidades, entre elas Recife, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Depois de alguns meses de atuação, para fugir do rastreamento da polícia, os golpistas abrem nova empresa fantasma, nova conta corrente e prosseguem aplicando o golpe, sobretudo contra as entidades que se mostraram boas pagadoras.

A quadrilha age da seguinte forma: cria uma empresa fantasma e abre uma conta bancária. Em seguida, liga para entidades de classe ou pequenas empresas alegando ter celebrado contrato para inserir seu nome em lista telefônica e cobrando pelo serviço que afirmam ter sido prestado. Se a vítima não paga ou se interrompe o pagamento dos boletos, os golpistas apelam para uma alternativa mais intimidadora. Uma integrante da quadrilha telefona para o pretenso devedor passando-se pela diretora da 1ª Vara Cível de Brasília e informa que há um processo tramitando em decorrência da dívida com a falsa empresa. Fornece um número de telefone para retorno e, quando a vítima liga de volta, a pessoa que atende identifica-se como diretora da vara reiterando a história contada.

Em alguns casos, descobrem até a conta corrente da entidade e informam que o juiz determinou seu bloqueio, caso o débito não seja imediatamente liquidado mediante boleto bancário. A "empresa" chega a mandar até mesmo fax com o timbre do TJ-DF e uma falsa assinatura de alguém que seria o juiz da vara. Para algumas vítimas, tiveram o requinte de fornecer certificado de quitação depois que o boleto foi pago.

Algumas pessoas, ao receberem a cobrança, procuram pagar de imediato, sem questionar a procedência do débito. Outras, após efetuar o pagamento, ligam para a vara e descobrem que foram enganadas. Muitos chegam a pagar várias parcelas antes de desconfiar que tudo não passava de um golpe.

O TJ-DF esclarece que vários cuidados devem ser tomados antes de efetuar qualquer pagamento. Em primeiro lugar, as varas jamais intimam as partes dos processos por e-mail ou por telefone. As intimações são feitas exclusivamente por oficial de justiça ou por meio de carta registrada. Nenhuma cobrança é feita por meio de boleto bancário, e-mail ou por telefone.

Caso haja alguma suspeita, a pessoa deve comparecer pessoalmente à vara ou ligar para o telefone (61) 3343-7428, nunca para telefones fornecidos por terceiros, recomenda o tribunal.

Em abril deste ano, doze pessoas foram presas pela polícia em Campinas (SP) suspeitas de aplicar o mesmo golpe. Os policiais chegaram até elas após receberem dados do Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-DF.

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