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PF coloca Rio no topo de crimes eleitorais

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18 de julho de 2010, 12h40

O Rio de Janeiro lidera um ranking inédito feito pela Polícia Federal, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo. Nos últimos quatro anos, a PF fez mais de 3,4 mil investigações no estado para apurar delitos como compra de votos, caixa dois, boca de urna, inscrição e transporte irregular de eleitores. Desde 2006, a PF abriu mais de 20 mil inquéritos sobre crimes do gênero no país. Até agora, foram indiciadas mais de 5.500 pessoas. Políticos que tiveram mandatos cassados no período estão no foco de algumas das investigações.

Em segundo lugar no ranking está Minas Gerais, segundo maior Estado em número de eleitores e onde a PF abriu 1.912 inquéritos nos últimos quatro anos. São Paulo, com 22% do eleitorado (o maior do país), está na terceira posição, quase empatado com Rio Grande do Norte, que tem 1,6% do eleitorado. O crime mais frequente e considerado o mais grave por procuradores, juízes federais e policiais ouvidos pela Folha, é a compra de votos. Em seguida está o cadastramento irregular de eleitores, prática mais comum durante as eleições municipais.

"A compra de votos é um reflexo da falta de credibilidade e desesperança da população com os políticos", diz Sandra Cureau, vice-procuradora-geral eleitoral. O balanço da PF deve ser uma das ferramentas para tentar diminuir a ocorrência desses delitos nas eleições de 2010.

A PF, responsável por investigar crimes eleitorais, o Ministério Público Eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral devem atuar em conjunto — um convênio ainda deve ser formalizado. Segundo a Folha apurou, o esforço é para tentar obter provas e propor ações antes da diplomação dos políticos, e não depois, já na vigência do mandato, o que dificulta a punição.

Atraso
O Sudeste é a região que mais concentra os inquéritos da PF, com seus três maiores colégios eleitorais liderando o ranking. "Ainda há muitos currais eleitorais, principalmente no interior. A política no estado é feita de uma forma antiga e anacrônica", diz Silvana Batini, procuradora regional eleitoral do Rio.

Apesar da liderança fluminense nos inquéritos, o maior número de indiciamentos por crimes eleitorais ocorreu em Tocantins: 841 nos últimos quatro anos. O governador tocantinense, Marcelo Miranda (PMDB) foi cassado pela Justiça Eleitoral em 2009, por abuso de poder econômico e político ao usar a máquina do estado para se reeleger, em 2006.

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