De acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, cerca de 240 mil processos estão parados no Tribunal de Justiça por conta da greve dos servidores do Judiciário. A OAB estima que 82 mil audiências deixaram de ocorrer e 192 mil sentenças deixaram de ser assinadas desde o dia 28 de abril, quando a categoria resolveu cruzar os braços.
Os números divulgados pela OAB-SP foram calculados com base na paralisação de 30%, em média, dos serviços forenses do estado.
No Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, segundo o secretário-geral da OAB-SP, Sidney Uliris Bortolato Alves, cerca de 90% das varas trabalhistas estão paradas. "A greve penaliza ainda mais o cidadão na Justiça Trabalhista, onde a maioria das causas é de baixo valor e tem caráter alimentar", diz o conselheiro.
"Quem vai pagar esse prejuízo? Em 2004, quando a Justiça parou por três meses, muitos escritórios fecharam porque não conseguiam mais pagar o salário do pessoal administrativo, nem arcar com as despesas ordinárias", afirma o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso.
O presidente ressalta que já pediu em três oportunidades a suspensão de prazos ao Tribunal de Justiça. "Caminhamos para o terceiro mês de greve do Judiciário e não vemos solução. Dessa forma, os advogados continuam correndo atrás dos prazos, tendo de comparecer a cartórios, onde não são atendidos, e as audiências não ocorrem", comenta.
Em 2004, os servidores do Judiciário fizeram a maior greve da história — 91 dias. Na época, 600 mil sentenças deixaram de ser assinadas, 400 mil audiências não foram feitas e cerca de 1,2 milhão dos processos foram represados. Com informações da Assessoria de Imprensa da OAB-SP.
Comentários de leitores
10 comentários
A GREVE É GRAVE
PEREIRA (Advogado Autônomo)
Vejo a coisa publica tratada como se fosse mera oficina de fazer bolinhas de sabão. Parar o Judiciário é desprezar o povo que paga o salário do funcionário público. A greve não pune os Juízes, mas sim os advogados e o povo. Dessa maneira como podemos dar respaldo ou apoiar quem nos da prejuizo de qualquer maneira, quando trabalha, porque o trabalho é ineficiente, e quando faz greve, porque não trabalha.
Sem contar que greve não é férias.
GREVE DO PODER JUDICIÁRIO
Jose Antonio Dias (Advogado Sócio de Escritório - Civil)
Em vez de criticar a greve do judiciário, noticiando coisas óbvias, a OAB deveria apoiar a greve e tentar mediá-la junto ao governo, apoiando os grevistas em suas justas reinvindicações. Nossa OAB é uma catástrofe politiqueira que não defende os advogados, os servidores do judiciário e os que necessitam do poder judiciário. É o próprio amigo Urso...
O que esperar
Fernanda Fernandes Estrela (Assessor Técnico)
O que esperar de um Tribunal de Justiça incapaz de fazer justiça dentro de casa?
Respondam senhores!
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