Os servidores do Tribunal de Justiça paulista saíram de mão abanando da sede do Palácio da Justiça nesta segunda-feira (22/2). Os representantes dos mais de 40 mil funcionários acalentavam a esperança de se reunir com o presidente da corte, Viana Santos, e sair do encontro levando alguma proposta concreta em relação à reposição de 14,69% em seus contracheques. Viana Santos estava em Brasília. No lugar do chefe do Judiciário tiveram uma rápida conversa com o juiz auxiliar da presidência, Álvaro Augusto dos Passos.
As lideranças também saíram com a promessa de uma nova reunião, dessa vez na presença de Viana Santos e de representantes de duas comissões: salarial e de orçamento. O aumento de 14,69%, reivindicado pelos servidores, vai completar um ano de atraso na próxima segunda-feira (1/3), quando vence a segunda data-base da categoria, sem o cumprimento do que manda a lei.
Para dar tempo a negociações, as entidades marcaram para 14 de abril a data da assembleia geral da categoria que vai discutir a pauta de reivindicação e o índice de reajuste deste ano. O encontro ainda discutirá a proposta que será apresentada pelo presidente do Tribunal sobre o aumento do ano passado e a forma do seu pagamento.
No ano passado, as lideranças ameaçaram entrar em greve, mas bateram na resistência da categoria que, desmotivada, não demonstrou interesse em paralisação. Foi tentada a chamada “operação padrão” como meio para mobilizar os servidores, mas de nada adiantou. Do outro lado do muro, o então presidente, Vallim Bellocchi, ficou inerte sobre o índice que estaria disposto a pagar.
A resistência de Vallim Bellocchi para receber as lideranças colocou uma pá de cal no diálogo. Desde o início de março, as entidades tentavam uma audiência com o presidente do TJ paulista. A esperança de resolver o impasse só foi restaurada no início deste ano com a posse de Viana Santos. O novo presidente se mostrou interessado em retomar a conversa com os servidores. Mas até agora nada de concreto foi colocado sobre a mesa de negociação.
Além da reposição salarial, os servidores reclamam a aprovação do plano de cargos e carreira, contratação de mais servidores e o pagamento dos valores confiscados na greve de 2004.