Dados históricos

Evo Morales quer dar acesso à arquivos da ditadura

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17 de fevereiro de 2010, 11h10

O presidente da Bolívia, Evo Morales, determinou a abertura dos arquivos referentes à ditadura militar que ocorreu no período de 1964 a 1982 no país. Um dos objetivos é localizar os restos mortais de ativistas políticos de esquerda que lutaram contra o regime e que estão desaparecidos. As informações são da Agência Brasil.

Segundo as autoridades federais, as Forças Armadas devem apresentar nesta quarta-feira (17/2) ao Ministério Público as informações necessárias para iniciar as investigações. Representantes da Defensoria Pública, da Fiscalização Geral e de grupos ligados aos direitos humanos e a parentes de desaparecidos políticos deverão se reunir nesta quarta-feira em La Paz, capital boliviana. A ideia é que todos tenham acesso ao processo de abertura dos arquivos.

De acordo com entidades de direitos humanos e autoridades federais, há pelo menos 156 pessoas desaparecidas no período que compreende os anos de 1964 a 1982. O ministro da Defesa, Ruben Saavedra, afirmou que um procurador militar vai acompanhar o trabalho como garantia de acesso aos arquivos referentes ao período da ditadura.

Entre os desaparecidos estão o líder do Partido Socialista, Marcelo Quiroga Santa Cruz, e o dirigente sindical Carlos Flores Bedregal. De acordo com informações não oficiais, ambos teriam sido mortos em julho de 1980. Na época, o presidente boliviano era o general Luis García Mesa, que liderou um golpe de Estado para evitar a eleição de Hernán Suazo.

Atualmente, o governo Morales desconhece detalhes do que contém o arquivo militar relativo à ditadura. Para Saavedra, foram cumpridos os requisitos definidos pela Lei Orgânica das Forças Armadas para ter acesso às informações. Segundo ele, os recursos financeiros para o processo também estão assegurados.

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