Cidade poupada

Arruda pede afastamento do cargo de governador

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11 de fevereiro de 2010, 18h21

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, entregou à Câmara Legislativa do Distrito Federal o seu pedido de afastamento do cargo. O pedido foi lido em sessão desta quinta-feira (11/2), depois de Arruda ter a prisão preventiva decretada pelo Superior Tribunal de Justiça. Com sua saída, assume seu vice, Paulo Octavio Alves Pereira. A informação é do portal G1.

Na carta, Arruda pede licença do cargo de governador pelo tempo em que “perdurar esta medida coercitiva” para não transferir a agressão sofrida por ele à população de Brasília. Ele afirma ainda que, apesar de acatar a decisão do STJ, ele considera a medida “imprópria e absurda”.

O governador também se defende das acusações no pedido de licença. “Estou consciente de que desarmei uma quadrilha que se locupletava de dinheiro público há muitos anos e que agora volta-se contra mim de maneira torpe para confundir a opinião pública, confundir as autoridades e tramar a minha saída do Executivo”, afirma. Arruda ainda afirma que agora deseja ir até o fim com as apurações e está determinado de que a verdade deve prevalecer e “de que bandidos, travestidos de mocinhos, sejam desmascarados”.

Veja o pedido de afastamento

"Brasília, 11 de fevereiro de 2010.

Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal,

A campanha insidiosa contra mim chega a um ponto culminante com a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que considero imprópria, absurda, mas que devo acatar. Ainda ontem, meus advogados legalmente constituídos estiveram no STJ para manifestar o meu desejo de prestar depoimento para pôr fim a esta série de armadilhas, armações, flagrantes pré-fabricados, denúncias politicamente bem elaboradas para não apenas impedir a minha participação nas eleições de 2010, mas agora também com o objetivo de me destruir política e pessoalmente.

Diante da gravidade dos fatos, peço licença do cargo de Governador do Distrito Federal pelo tempo que perdurar esta medida coercitiva, para não transferir a Brasília e à sua população a agressão que fazem contra mim e ao cargo que legitimamente exerço, eleito que fui pelo voto popular.

Estou consciente de que desarmei uma quadrilha que se locupletava de dinheiro público há muitos anos, e que agora volta-se contra mim de maneira torpe para confundir a opinião pública, confundir as autoridades e tramar a minha saída do Executivo, como se isso tivesse o poder de esconder as falcatruas que durante tantos anos praticaram impunemente.
Este caminho não tem mais volta. Vou enfrentar todas essas vicissitudes com serenidade, equilíbrio e a firme determinação de fazer com que a verdade prevaleça, e de que bandidos, travestidos de mocinhos, sejam desmascarados.

Agradeço aos amigos de verdade todas as manifestações de solidariedade e reafirmo que agora, mais do que nunca, sou eu que desejo a conclusão deste inquérito, o julgamento definitivo de todas as denúncias para que, pelo menos, o meu sofrimento pessoal e todas as dificuldades que tenho vivido sirvam para livrar Brasília dos atos perniciosos que a acompanham há tanto tempo.

Informo, ainda, que, nos termos do artigo 92, da Lei Orgânica do Distrito Federal, o Vice-Governador, PAULO OCTÁVIO ALVES PEREIRA, exercerá a Chefia do Poder Executivo do Distrito Federal durante minha ausência. Na oportunidade, aproveito para reiterar a Vossa Excelência e aos seus pares protestos de elevada consideração e distinto apreço.

Atenciosamente,
JOSÉ ROBERTO ARRUDA
Governador do Distrito Federal"

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