Operação Capa Preta

Polícia Civil desmonta milícia no Rio de Janeiro

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21 de dezembro de 2010, 18h21

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta terça-feira (21/12), um grupo formado por dois vereadores, um deles policial militar reformado, 13 policiais militares, quatro ex-PMs, um comissário de Polícia Civil, um sargento do Exército, um sargento da Marinha e um ex-fuzileiro naval. Além da venda de armas, o grupo é acusado de homicídios, torturas, ameaças, exploração de moradores e de instalar sinais clandestinos de internet e TV a cabo. Os acusados negam os crimes, de acordo com informações do Portal G1.

O delegado Alexandre Capote, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), informou que outras duas pessoas foram presas em flagrante com munição e armas com numeração raspada e de procedência irregular. Só na manhã desta terça, os policiais prenderam 25 pessoas. Outras nove ainda são procuradas. Na ação, também foram cumpridos 51 mandados de busca e apreensão, inclusive em gabinetes dos vereadores envolvidos da Câmara de Caxias.

A quadrilha, segundo a polícia, é chefiada por dois vereadores e o filho de um deles. Um dos vereadores estava em casa, quando os agentes chegaram. O filho dele, um policial militar recém-formado, também foi preso no local.

Em Gramacho, também em Caxias, os agentes foram na casa de outro filho do vereador, preso na ação. As investigações indicam que o outro político também tinha posição de chefia na milícia, que, de acordo com a Polícia, é a mais antiga da região e atua em oito bairros da cidade.

Os presos podem responder por formação de quadrilha armada, que tem pena de até 12 anos de prisão. Os três líderes do grupo vão responder também por extorsão, cuja pena varia de quatro a dez anos de prisão.

O subsecretário operacional da Polícia Civil Rodrigo Oliveira informou ao G1 que a prisão dos suspeitos de pertencer à milícia é um marco não só pelo fato de o grupo ser bem estruturado e agir desde 2007, mas principalmente por mostrar que não há diferença entre milicianos e traficantes.

"Já sabíamos disso, mas agora temos a prova de que eles são todos iguais. São todos bandidos, agem única e exclusivamente visando ao lucro. E tudo isso ocorreu num momento muito oportuno para mostrar que não estamos atacando somente o tráfico. As outras áreas de atuação não estão desguarnecidas."

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