Ossos sem nenhum tipo de identificação ou separação foram encontrados em um ossuário clandestino no cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo. De acordo com o procurador regional da República Marlon Alberto Waichert, "não se descarta a possibilidade de existirem ossos de desaparecidos políticos entre o material hoje localizado". Waichert faz parte da equipe formada por representantes do Ministério Público Federal em São Paulo, da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, ligada à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, do Instituto Nacional de Criminalística do Departamento de Polícia Federal e do Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo que encontrou o material.
Segundo o procurador, por conta do peso depositado sobre os ossos e da umidade ambiente, além da mistura dos ossos (alguns, inclusive, esfacelados), o material se encontra em péssimo estado de conservação. Após uma camada de um metro e meio de terra, mais um metro e meio de ossos acondicionados em sacos, foi localizada uma nova camada de meio-metro de profundidade com ossos soltos e espalhados. O MPF afirma que, em meados dos anos 1970, os ossos foram retirados de quadras e despejados nesse compartimento localizado embaixo do letreiro do cemitério.
Em outra frente de trabalho, foram demarcadas as áreas suspeitas de corresponderem às sepultoras de Virgílio Gomes da Silva e Sérgio Correia, prevendo-se a realização de exumação para amanhã. Constatou-se, porém, que os registros de sepultamentos do cemitério são precários, o que dificulta a confirmação da sepultura. Com informações da Assessoria de Imprensa da Procuradoria da República de São Paulo.