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OIT diz que há 81 milhões de jovens desempregados no mundo

12 de agosto de 2010, 1h43

Por Redação ConJur

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De acordo um relatório da Organização Internacional do Trabalho, havia 81 milhões de jovens economicamente ativos, com idade entre 15 e 24 anos, desempregados no fim de 2009. A taxa é maior já registrada pela entidade e deverá aumentar até o final deste ano. O documento mostra que o número representa 7,8 milhões de desempregados a mais em relação a 2007. A taxa de desemprego entre os jovens aumentou de 11,9%, em 2007, para 13% no ano passado.

O estudo acrescenta que estas tendências terão "consequências significativas para os jovens e as gerações futuras vão engrossar as fileiras dos desempregados" e alerta para o risco "de um legado de crise de uma geração perdida, composta de jovens que abandonaram o mercado de trabalho, tendo perdido toda a esperança de serem capazes de trabalhar para uma vida decente".

Segundo as projeções da OIT, a taxa de desemprego global de juventude deverá continuar a aumentar durante 2010, para 13,1%, seguida por um declínio moderado, para 12,7% em 2011. O relatório também aponta que a taxa de desemprego dos jovens revelou-se mais sensível à crise do que as taxas de adultos e que a recuperação do mercado de trabalho para homens e mulheres jovens provavelmente ficará atrás da dos adultos.

A OIT indica que nos países desenvolvidos e em algumas economias emergentes, o impacto de crise sobre a juventude é sentida principalmente em termos de aumento do desemprego e os riscos sociais associados com o desânimo e inatividade prolongada.

O relatório assinala que nas economias em desenvolvimento os jovens são mais vulneráveis ao subemprego e à pobreza. Segundo o documento, nos países de baixa renda, o impacto da crise é mais sentido nas horas mais curtas de trabalho e na redução de salários para os poucos que mantêm empregos assalariados e no aumento do emprego vulnerável em uma economia com um número cada vez maior de empregos informais.

Ao todo, 152 milhões de jovens, ou 28% de todos os trabalhadores jovens do mundo, tinham trabalho mas estavam em situação de extrema pobreza, em famílias que sobreviviam com menos de US$ 1,25 por pessoa por dia em 2008.

"Nos países em desenvolvimento, a crise permeia o cotidiano dos pobres", disse o diretor geral da OIT, Juan Somavia. "As consequências da crise econômica e financeira ameaçam agravar os pré-existentes déficits de trabalho decente entre os jovens. O resultado é que o número de jovens em trabalhos precários cresce e este ciclo pode persistir por pelo menos mais uma geração."

O relatório da OIT explica como o desemprego, o subemprego e o desânimo podem ter um impacto negativo a longo prazo sobre os jovens, comprometendo as suas perspectivas futuras de emprego. O estudo também destaca o custo da ociosidade entre os jovens, informando que: "as sociedades perdem seus investimentos em educação. Governos deixam de receber contribuições para os sistemas de segurança social, e são forçados a aumentar os gastos com serviços de reparação".