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Italiano diz ter confirmação de pedofilia eclesiástica

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7 de abril de 2010, 12h23

Tido como o maior caçador de padres pedófilos em território italiano, o advogado Sergio Cavaliere fez um levantamento que considera inédito. "Reuni documentação sobre mais de 130 casos de pedofilia eclesiástica, na imprensa e na internet, nos quais os nomes de 88 sacerdotes foram identificados. Os restantes casos permanecem anônimos", revelou Cavaliere, que defende a família de uma criança de Casal di Príncipe, no sul de Itália, vítima de abuso supostamente praticado por um padre, Marco Cerullo.

As informações são do jornal italiano Il Fatto Quotidiano, que relatou nesta terça-feira (6/4) os casos de pedofilia ocorridos no seio da Igreja nos últimos dois anos. Os casos documentados ocorreram "mais ou menos" desde 1999 até hoje, garantiu o advogado Cavaliere.

O padre Marco Cerullo foi "detido em flagrante delito" pela polícia e condenado na primeira e na segunda instância a seis anos e a oito meses de prisão, de acordo com Sergio Cavaliere, indicando ainda que o caso está sendo ora examinado pelo Tribunal de Cassação, mas a diocese "não mostra qualquer interesse sobre o destino da vítima".

"Até agora nenhum caso de um padre denunciado pela diocese foi registrado na Itália. É um sistema (o da Igreja Católica) criado para proteger os seus próprios membros e não as vítimas", criticou o advogado, denunciando que muitos sacerdotes são escondidos ou transferidos para outras dioceses.

Segundo o jornal Il Fatto, a polícia suspeita da existência de uma "rede de religiosos com uma paixão por menores". "Em mais de um caso, os investigadores conseguirem estabelecer que o padre que comete os abusos sexuais contra menores partilha este desvio com os confrades", afirma o jornal, sem citar fontes.

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