Tática da oposição

Para Mendes, críticas a Toffoli refletem prática do PT

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19 de setembro de 2009, 18h01

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, afirmou neste sábado (19/9), que a recente condenação do advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, pela Justiça do Amapá, por ter ganho licitação supostamente ilegal em 2001 para prestar serviços advocatícios ao governo estadual, não deve ser supervalorizada. As informações são da Folha de S.Paulo.

Indicado pelo presidente Lula para uma cadeira no STF, Toffoli foi condenado, com outras três pessoas, no último dia 8, a devolver R$ 420 mil (R$ 700 mil em valores atualizados) ao Amapá. A sua sabatina está marcada para o dia 30 no Senado. 

Gilmar Mendes criticou a prática, segundo ele estimulada na época em que o PT era oposição, de se disseminar notícias negativas quando alguém recebe a indicação para um cargo público. "Toda vez que surge a indicação, vão surgir insinuações. Esse é um padrão que se estabeleceu graças à cultura de oposição desenvolvida pelo PT."

O presidente do STF observou que "quem está exposto na atividade privada ou na vida pública está sujeito a processos. Cabe examinar se de fato isso tem substâncias para eventualmente afetar esse conceito de reputação ilibada. Não me parece que deva haver essa supervalorização", disse Mendes.

Segundo ele, a condenação será "mais um constrangimento" para Toffoli, indicado para o STF, na sabatina que terá de enfrentar no Senado, mas não deveria servir para desviar o debate de temas considerados centrais.

O ministro citou entre esses assuntos a reforma agrária, a saúde e o aborto. "Devíamos estar discutindo realmente é o que pensa este indicado para uma vaga importante no Supremo Tribunal Federal.", disse Mendes.

Gilmar Mendes defendeu o atual sistema de escolha dos ministros do STF. "O presidente Lula indicou um numero elevado de ministros do Supremo, mas nem por isso vocês podem dizer que o Supremo é um tribunal governista."
 

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