Reforma eleitoral

Mendes critica proposta de impressão de voto

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18 de setembro de 2009, 16h55

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, questionou o trecho da reforma eleitoral que estabelece a impressão do voto nas urnas eletrônicas, com o nome das legendas ou dos candidatos escolhidos. Ele pediu cautela ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre esse ponto no momento de sancionar a lei. A informação é da Agência Brasil.

A reforma eleitoral impôs a regra para que os votos sejam auditados em caso de pane nos sistemas. A emenda havia sido barrada no texto final aprovado pelo Senado. De volta para a Câmara, os deputados resolveram devolvê-la ao projeto.  “Tenho muitas dúvidas em relação ao voto impresso. Tenho impressão que isso vai causar um retrocesso. Espero que o presidente Lula medite sobre isso”, afirmou Gilmar Mendes, durante o encerramento da Semana Nacional da Conciliação Meta 2, no Rio de Janeiro.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Britto, também criticou a volta do voto impresso. Para o presidente do TSE, não é necessário a impressão dos votos. “Se for para auditar os votos, é possível fazer isso sem imprimir”, disse o ministro. Para Britto, o voto impresso atrapalha o andamento das eleições. “Os testes em 2002 mostram que a impressão atrasa os votos e onera a eleição”, completou.

Sobre o financiamento de campanha, que também teve regras alteradas, Gilmar Mendes afirmou que o ponto é polêmico e por isso provoca discussão. “É uma questão vital para os partidos políticos e é natural que a Justiça Eleitoral queira ter o controle do poder econômico.”

O ministro Carlos Britto também criticou as restrições do uso da internet na campanha de 2010. Para ele, as regras vão “frear o dinamismo” da eleição. O Legislativo errou ao comparar a internet com rádio e televisão, na visão dele. “A internet é uma ferramenta que pode vitalizar a cidadania. Temos que lamentar a comparação com rádio e TV”, disse.

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