Mapa da fraude

Empresas perderam US$ 5,8 milhões em três anos

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23 de outubro de 2009, 17h20

Jeferson Heroico
Fraude empresarial na América Latina - tabela - Jeferson HeroicoPesquisa da Kroll Global Fraud Report revela que, nos últimos três anos, empresas da América Latina perderam, em média, US$ 5,8 milhões devido a fraudes. Em 2008, a média dos últimos três anos ficara em US$ 2,3 milhões por companhia. As fraudes mais comuns foram roubo de ativos físicos, roubo de informação, administração de conflito de interesse, corrupção e fraude do fornecedor. Em comparação com outras regiões, a América Latina é apontada como a que apresentou maior número de empresas que experimentaram fraude relacionada a roubo, perda ou ataque a algum tipo de informação, o que não significa que tenha sido a região onde o prejuízo financeiro foi maior.

Feita em parceria com o The Economist Intelligence Unit, a pesquisa foi baseada em relatos de 729 executivos no mundo inteiro. O relatório não só divide os tipos de fraudes mais comuns e o quanto ocorre em regiões do mundo, como aponta as principais fraudes em setores diversos da economia como financeiro, farmacêutico, de serviços, telecom, energia e construção.

Dos 729 entrevistados, 85% disseram que a empresa para a qual trabalham já sofreu pelo menos um tipo de fraude nos últimos três anos. A média de prejuízos nesse período por companhia aumentou para US$ 8,8 milhões em 2009. O tipo mais comum é o roubo de ativos, por exemplo, produtos fabricados pela empresa. Este tipo de fraude lidera o ranking com 38%, seguida de roubo ou perda de informação, com 25%.

Em 2009, o setor financeiro foi o que mais perdeu dinheiro com fraudes. Embora seja apontado como setor muito suscetível a fraudes, o setor tem um nível também alto de medidas adotadas para combatê-las. O setor de varejo e atacado, apontado também como muito suscetível a fraude, tem um nível baixo de ações preventivas.

O Oriente Médio e a África foi a região que mais apontou fraudes no geral. Em 2008, a perda financeira foi de US$ 5,6 milhões. Em 2009, subiu para US$ 11,5 milhões. Já a Europa é apontada como a região que apresentou maior proporção de companhias que disseram adotar medidas antifraude. Segurança da informação, segurança dos ativos físicos, controles internos, proteção à reputação, sistemas de gerenciamento de riscos e monitoração de propriedade intelectual foram medidas observadas mais na região do que em outros lugares do mundo.

As empresas consideradas de grande porte, ou seja, com mais de US$ 5 bilhões em vendas anuais, relataram aumento nos prejuízos financeiros causados pela fraude. De US$ 23,3 milhões em 2008 foram para US$ 25,8 milhões em 2009. Empresas menores tiveram redução na perda — de US$ 5,5 milhões em 2008 foi para US$ 4,6 milhões em 2009.

A Kroll trabalhou com o The Economist Intelligence Unit para colher as informações e fez a tabulação dos dados. Do total dos 729 executivos participantes, 33% eram das Américas, 25% da Ásia e Pacífico, 25% da Europa e 11% do Oriente Médio e África. O universo pesquisado é composto por 46% de empresas com faturamento acima de US$ 1 bilhão — 12% dos que responderam a pesquisa são do setor de serviços financeiros.

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