Investigação desacreditada

Irmão de advogada diz acreditar em inocência de Igor

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21 de outubro de 2009, 9h14

A família da advogada Patrícia Aggio Longo, assassinada aos 27 anos quando estava grávida, acredita na inocência do marido — o ex-promotor Igor Ferreira da Silva. Ele foi preso esta semana em São Paulo, após passar oito anos foragido. Mesmo após a condenação do ex-promotor, a família defende sua inocência. É o que mostra a entrevista com Eduardo Aggio Longo, 33 anos, irmão caçula de Patrícia, que foi publicada no jornal Folha de S. Paulo.

"Patrícia morreu em 1998 e nada vai trazê-la de volta. Não somos advogados do Igor, somos a família da Patrícia. Mas não aceitamos as mentiras que foram contadas e repetidas para reforçar a tese de que a culpa era do Igor", afirmou ele em entrevista concedida à repórter Lilian Christofoletti

Leia a entrevista:

Após esses 11 anos, mudou o que a sua família pensava sobre a inocência de Igor?
Eduardo Aggio Longo Não. Desde o início, minha mãe sempre teve a certeza de que não foi ele o responsável pela morte da minha irmã. E o que assistimos ao longo da investigação foi uma série de mentiras. Falaram de um laudo que excluía a paternidade do Igor, como uma forma de apresentar uma motivação para o crime. Mas fizemos outro laudo que desmentiu essa perícia e confirmou que o filho que a minha irmã esperava era realmente do Igor. Uma semana após a morte, começaram a dizer que ele tinha dado um tapa na minha irmã. Depois, disseram que estavam se separando. Nada disso era verdade. Horas antes do crime, eles jantaram na casa dos meus pais, estavam bem.

Você tem certeza da inocência de Igor?
Longo
Como te falei, minha mãe sempre teve essa certeza. Eu sempre achei que o que aconteceu foi por causa dele.

Por causa dele?
Longo –
Por alguém que ele tenha denunciado, alguém que tentou se vingar.

Como prova, o Ministério Público apresentou cápsulas deflagradas encontradas na casa de Igor. A perícia confirmou que essas cápsulas foram disparadas pela mesma arma usada para matar Patrícia.
Longo Eu me lembro, foi alguma coisa assim que o Ministério Público argumentou. Mas, depois de tantos laudos e informações desencontradas, que sabemos serem falsas, mentirosas, como vamos acreditar em outras? A procuradora disse durante o julgamento que o Igor tinha dado um tapa na minha irmã. Isso não aconteceu. O trabalho de investigação fica desacreditado.

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