O secretário-geral adjunto da OAB, Alberto Zacharias Toron, manifestou repúdio à visita oficial ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, marcada para o próximo dia 23 de novembro.
Descendente direto de perseguidos pelos nazistas na 2ª Guerra Mundial, Toron afirmou que não poderia deixar de registrar “o repúdio ao convite que o governo fez para visitar o nosso Brasil o ditador iraniano, que nega o holocausto, a ocorrência histórica do massacre nazista que vitimou mais de 6 milhões de pessoas”. “A irmã de meu pai foi morta em Auchwitz pelos nazistas. A filha dela, minha prima, também foi exterminada em Auchwitz”, contou, referindo-se ao maior e mais terrível campo de concentração da Alemanha nazista na 2ª Guerra Mundial.
Na semana passada, o convite feito a Ahmadinejad foi criticado também pelo ministro do Superior Tribunal Militar Flavio Bierrenbach, que se aposentou na sexta-feira (16/10). “O convite feito pelo Brasil ao presidente do Irã é uma bofetada na memória da Força Expedicionária Brasileira, que foi para a Europa lutar contra o nazismo.” Bierrenbach ainda disse que o avião do presidente deveria ser abatido ao cruzar o espaço aéreo brasileiro, com base na Lei do Abate, que permite que aviões considerados hostis sejam derrubados. A norma atinge principalmente traficantes.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, confirmou a vinda do presidente do Irã. Ahmadinejad provocou indignação e repúdio internacional ao negar reiteradamente a ocorrência do Holocausto, o extermínio de judeus pelos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. Ele classificou o Holocausto de mito: “[O Holocausto] é uma mentira baseada em uma alegação mítica e não comprovada”, proclamou Ahmadinejad em setembro, em um discurso contra Israel na Universidade de Teerã.