Um gabinete no anexo da residência oficial do governador do Distrito Federal foi vasculhado pela Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira (27/11). O governador José Roberto Arruda (DEM) não mora no local. As buscas também foram feitas nas casas e gabinetes de deputados distritais da base governista e secretários de Arruda. O governador não se manifestou sobre a operação. As informações são da Folha Online.
Informações iniciais indicam que a Polícia investiga o suposto crime de fraude em licitações. As investigações teriam sido iniciadas pela Polícia Civil e, posteriormente, repassadas à Polícia Federal. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, que preside o inquérito.
O despacho do ministro, acolhendo pedido do Ministério Público, determinou que as buscas fossem feitas com discrição, de modo a assegurar a intimidade e preservar os direitos subjetivos dos investigados. Nesse sentido, “as diligências deverão ser realizadas com absoluta discrição”, “de modo a causar o menor incômodo às pessoas envolvidas” e “a causar o menor dano possível aos bens dos investigados”, orientou.
Para manter o sigilo da operação até que fosse deflagrada, o ministro determinou que não seria permitido que se informasse ou que se convocasse a imprensa. Do mesmo modo, nas diligências foi proibida a utilização ostensiva de vestimentas da PF, assim como a exposição desnecessária de armamentos pesados.
Segundo informações do STJ, as investigações sobre suposto repasse de recursos de origem ilícita foram reforçadas pela delação de um ex-secretário de Estado do Distrito Federal, que aceitou que fosse instalado em suas roupas equipamentos de escuta ambiental. Em função disso, foi aberta a ele a participação em programa de proteção de testemunhas da Polícia. Concluída a operação, o relator retirou o segredo de Justiça imposto ao inquérito.
Batizada como Caixa de Pandora, a operação cumpriu mandado de busca e apreensão na residência oficial do governador do Distrito Federal, nas casas de José Luiz Valente, secretário de Educação, José Geraldo Maciel, secretário-chefe da Casa Civil, Durval Barbosa, secretário de Relações Institucionais, Omézio Pontes, assessor de imprensa de Arruda, Fábio Simão, chefe de gabinete da Governadoria.
Também foram feitas buscas na casa e gabinetes nos gabinetes do presidente da Câmara, Leonardo Prudente (DEM), da líder do governo, Eurides Britto (PMDB), do presidente da CCJ, Rogério Ulysses (PSB) e do suplente Pedro do Ovo (PRP).
Em nota, o secretário de Educação confirmou que agentes da PF estiveram na sua casa e gabinete. Afirmou que foram apreendidos documentos e um laptop em sua casa. "Estou à disposição do Departamento de Polícia Federal para o que for necessário, mas me reservo ao direito de só me pronunciar publicamente sobre o assunto quando tiver informações completas do que se trata", afirma Valente na nota.
Já o deputado Leonardo Prudente chegou a convocar coletiva, mas depois a desmarcou. Seus assessores informaram que ele só falará depois de se informar melhor sobre o assunto.