Pesquisa de mercado

América Latina perdeu R$ 5,8 milhões com fraude

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24 de novembro de 2009, 12h26

A América Latina tem incidência de fraude por roubo ou perda de informação maior do que outras regiões do mundo. A constatação é da consultoria norteamericana Kroll, especializada em gerenciamento de riscos. O levantamento é fruto do Global Fraud Report, pesquisa feita este ano com 729 executivos em todo o mundo, em conjunto com The Economist Intelligence Unit, da revista The Economist.

Segundo o relatório, na região latino-americana, as cinco fraudes mais comuns este ano foram: roubo de ativos físicos (39%), roubo de informação (31%), administração de conflito de interesse (28%), corrupção (27%) e fraude do fornecedor (21%). Comparando com outras regiões do mundo, a América Latina, neste ano, foi a que apresentou um número maior de companhias que experimentaram fraude relacionada ao roubo, perda ou ataque a algum tipo de informação. A média de prejuízos por companhia aumentou de US$ 8,2 milhões em 2008 para US$ 8,8 milhões em 2009.

Do total dos 729 alto executivos participantes, 33% eram da América do Norte e Sul, 25% da Ásia e Pacífico, 25% da Europa e 11% do Oriente Médio e África. Foram pelo menos 50 entrevistados para cada setor: bens de consumo; viagem, lazer e transporte; recursos naturais; varejo, atacado e distribuição; serviços financeiros; serviços profissionais; construção, engenharia e infraestrutura; tecnologia, mídia e telecomunicações; manufatura; saúde, farmacêuticos e biotecnologia. Entre os pesquisados, 46% de empresas têm faturamento acima de US$ 1 bilhão. O maior número de entrevistados era do setor de serviços financeiros (12%).

Os tipos de fraudes analisadas na pesquisa foram: roubo, perda ou ataque à informação; quebra de compliance; administração de conflito de interesse; má administração financeira; fraude do fornecedor; roubo de ativos físicos ou estoque; roubo de propriedade intelectual (PI), pirataria ou falsificação; corrupção e suborno; fraude financeira interna e lavagem de dinheiro.

Os tipos de fraudes variaram de acordo com o setor. O setor de serviços financeiros foi o que apresentou a maior exposição a vários tipos de fraude: lavagem de dinheiro; má administração; quebra de compliance (não cumprimento de normas ou regulamentos); fraude financeira interna e perda ou roubo de informação, apesar de ser o que mais adotou medidas de combate à fraude.

Tamanho do desvio
A perda financeira por fraude na região aumentou consideravelmente: passou de US$ 2,3 milhões em 2008 para US$ 5,8 milhões em 2009. Já a prevalência de fraude nas empresas da região caiu ligeiramente de 91% em 2008 para 89% em 2009.

O Oriente Médio e a África apontaram a taxa mais alta de incidência de fraude. Em 2008, a perda financeira por causa da fraude foi de US$ 5,6 milhões e, neste ano, subiu para US$ 11,5 milhões. Já a América do Norte apresentou grande proporção de empresas que relataram ter sofrido mais fraudes relacionadas à crise financeira do que qualquer outra região (32%). 

A Europa apresentou a maior proporção de companhias que relataram uso de medidas antifraude. Entre as dez medidas de combate à fraude listadas na pesquisa, nove eram mais comuns na Europa do que em outras regiões, como segurança da informação; segurança dos ativos físicos; controles internos; proteção à reputação; sistemas de gerenciamento de riscos e monitoração de propriedade intelectual que tinham uma incidência maior na Europa do que em qualquer outra região.

O relatório divulgou que a incidência de fraude em 2009 foi de 85%, quase idêntica à do ano passado que foi de 86%, o que é considerado alto.

Entre todas as empresas pesquisadas, os tipos de fraudes mais relatados foram: o roubo de ativos físicos ou estoque (38%) e roubo, perda ou ataque à informação (25%). Outros tipos de fraude foram menos citados, como lavagem de dinheiro (5%) e roubo de PI, pirataria e falsificação (14%).

Empresas de grande porte (mais de US$ 5 bilhões em vendas anuais) relataram aumento nos prejuízos financeiros causados pela fraude, que passaram de US$ 23,3 milhões em 2008 para US$ 25,8 milhões em 2009. Já empresas menores tiveram redução na perda, que foi de US$ 5,5 milhões em 2008 para US$ 4,6 milhões de dólares em 2009. Com informações da Assessoria de Imprensa da Kroll.

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