Luto acadêmico

Morre professor Antonio Junqueira de Azevedo

Autor

11 de novembro de 2009, 10h55

Morreu na noite desta terça-feira (10/11) o professor titular Antonio Junqueira de Azevedo. Ele era docente aposentado do Departamento de Direito Civil e ex-diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

O corpo será velado nesta quarta-feira (11/11), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, até às 15h. O sepultamento será no Cemitério São Paulo, no bairro de Pinheiros, também em São Paulo, capital.

Junqueira de Azevedo nasceu em São Paulo no dia 23 de julho de 1939. Em 1958, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, formando-se em 1962. Em 1967, defendeu tese de doutor em Direito (área de direito processual civil) e, em 1968, iniciou sua atividade docente nesta Faculdade.

Foi aprovado no concurso à livre-docência em Direito Civil, em 1975, passando, então, a dar aulas também no curso de pós-graduação. Em 1982, foi aprovado no concurso para professor adjunto de Direito Civil. Em 1986, tornou-se professor titular de Direito Civil, por concurso de títulos e provas.

Foi vice-diretor desta Faculdade de 1986 a 1990, sendo, a seguir, eleito para o cargo de diretor, com mandato até 1994. Na sua gestão, a Faculdade, pela primeira vez, iniciou um projeto de expansão para o interior do Estado. Houve cursos de especialização na cidade de Pirassununga e estudos da instalação do curso de graduação na mesma cidade.

Advogou de 1963 a 1986 e participou de inúmeros eventos como conferências e simpósios no Brasil e no exterior.

Em nota oficial, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, afirmou que a morte do professor Junqueira de Azevedo causou “profundo pesar a todos quantos conviveram com esse insigne representante das melhores tradições do Direito brasileiro, em sua expressão mais forte da dignidade, da ética e do humanismo”.

Dias Toffoli, acrescentou ainda que, “como seu eterno aluno”, levará para toda a vida profissional os ensinamentos do mestre.

Lei a íntegra:

O falecimento do Professor Titular Antonio Junqueira de Azevedo, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, é causa de profundo pesar a todos quantos conviveram com esse insigne representante das melhores tradições do Direito brasileiro, em sua expressão mais forte da dignidade,  da ética e do humanismo. À frente da Direção da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, traduzindo sua postura inovadora, modernizou o conteúdo das disciplinas, valorizando a formação humana dos acadêmicos.

Como seu eterno aluno, carrego em minha vida profissional seus ensinamentos; a bibliografia por ele indicada é das maiores referências de minha formação jurídica. Guardarei sempre em meu coração a lembrança de um professor comprometido, culto e dedicado como um sacerdote às causas do Direito e do Ensino Jurídico.

O professor Junqueira, não tinha alunos, tinha filhos, filhos jurídicos. Deixa ele um filho biológico, mas milhares de filhos jurídicos. Meu sentimento de filho jurídico é o de maior tristeza, não só pela perda, mas também por não ter dito a ele, enquanto conosco, que o tinha como um pai, um pai jurídico.

Dos 18 aos 22 anos convivi com ele 4 dias por semana, afora a congregação, as comissões acadêmicas, especialmente a de graduação, e o páteo, que ele sempre defendeu. O que conforta é saber que Deus quis (Aliás Deus nada precisa, mas tudo quer, pois tudo só o é por querer de Deus!)… e Deus quis lições de direito. E, depois destas lições, com certeza ele quererá um mundo melhor.

Perde o Brasil com a passagem de Antonio Junqueira de Azevedo.

Meus sentimentos à família, especialmente ao seu filho Inácio Junqueira.

Homem de fé em Deus, continuará a nos iluminar.

Saudades

Ministro Dias Toffoli

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!