Resistência à decisão

Gurgel disse que cabe reclamação contra Senado

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4 de novembro de 2009, 19h40

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta quarta-feira (4/10) que cabe reclamação contra o Senado Federal que ainda não cumpriu a decisão do Supremo Tribunal Federal no caso da cassação do senador Expedito Júnior. O STF determinou a posse imediata ao substituto do senador Expedito Júnior (PSDB-RO), cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral por compra de votos. A informação é do portal UOL.

Gurgel disse ter solicitado uma cópia da decisão da Mesa Diretora do Senado que encaminhou o caso para análise pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa. "Estou aguardando só receber cópia da decisão para tomar providências. Assim que receber, examinarei que providências adotar", afirmou. A Procuradoria Geral da República poderia apresentar pedido de investigação ao STF ou, como os fatos são conhecidos, apresentar denúncia por crime de desobediência. 

Em reunião nesta terça (3/10), a Mesa Diretora do Senado acatou recurso de Expedito Júnior para levar o caso à CCJ. Depois da reunião, a assessoria do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), divulgou nota dizendo que a decisão foi tomada contra a vontade de Sarney, "que defendeu o cumprimento imediato da decisão do Supremo". A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) se absteve de votar, mas a maioria decidiu pelo encaminhamento à comissão. Além de Sarney e Serys, estiveram presentes à reunião os senadores Heráclito Fortes (DEM-PI), Mão Santa (PSC-PI), Adelmir Santana (DEM-DF), César Borges (PR-BA) e Cícero Lucena (PSDB-PB).

O presidente do Supremo, Gilmar Mendes, disse que “a decisão do Supremo foi clara e não resta nenhuma dúvida, sendo que não cabia recursos no Senado”. Na semana passada, o ministro do STF, Celso de Mello, declarou ser "arbitrária a resistência da Casa Legislativa" que não cumpriu decisão já tomada pela Justiça eleitoral. De acordo com o ministro, já é a quarta vez que o Congresso descumpre decisão judicial sobre questões dessa matéria. Senadores como Cristovam Buarque (PDT-DF) fizeram críticas à decisão da Mesa. "Isso é muito, muito grave. Creio que a Mesa deve explicação porque tomou uma decisão desse tipo", disse Cristovam na tribuna do plenário, acrescentando que as satisfações deveriam ser estendidas ao Supremo e ao partido.

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