Falsa identidade

Advogado é preso por tentar enganar Justiça

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26 de março de 2009, 12h11

O advogado Marcos Rogério Seloto foi preso, na terça-feira (24/3), acusado de enganar a Justiça de Chapadão do Sul, em Mato Grosso do Sul, por uma semana. Ele é acusado de tentar conseguir vantagens processuais para uma cliente da cidade, que fica a 325 quilômetros de Campo Grande.

De acordo com informações do portal Aquidauana e do jornal O Globo, Seloto esteve em Chapadão do Sul na última semana patrocinando ações em favor de sua cliente envolvida em processo de divórcio. Desde quarta-feira, ele tem se passado pelo advogado Marcos José Camarim. Ele conversou com promotores, pessoas do cartório forense, com o juiz, o delegado e até pessoas do Conselho Tutelar, com o objetivo de conseguir vantagens no processo.

Ele chegou a ter acesso ao processo do Fórum, que corre sob segredo de Justiça. No final desta quarta-feira, Seloto compareceu ao Fórum para tentar apressar uma citação judicial, oportunidade em que a chefe do cartório solicitou-lhe a apresentação da carteira da OAB. Ele saiu para pegar a carteira no seu carro e não voltou mais.

Por esse motivo, a chefe do cartório comunicou o fato ao juiz Gil Messias Fleming que, ao tomar conhecimento, chamou o delegado Lúcio Fátima para procurar o advogado nos hotéis da cidade. Porém, no hotel, ele tinha dito que seu nome era João Roberto Garetti. A essa altura Marcos Rogério Seloto já havia saído da cidade.

O verdadeiro Marcos José Camarim apareceu, na terça-feira (24/3), na audiência sobre a guarda dos filhos da cliente de Marcos Rogério. Ele não foi reconhecido pelos dois promotores de Justiça, Eteocles Brito Junior e Marcus Vinicius Tieppo Rodrigues, como sendo o homem que atenderam na semana anterior. Seloto seria sócio de Camarim no escritório que têm em comum na cidade de José Bonifácio, no interior paulista. Seloto, então, usou o nome do colega sem o seu conhecimento, inclusive falsificando a sua assinatura na petição do dia 18.

Terminada a audiência, o juiz Gil Messias Fleming expediu ordem de prisão do advogado Marcos Rogério Seloto. Imediatamente, a Polícia Militar iniciou busca na cidade para prender o advogado. Ele foi abordado na MS 306, nas proximidades do Sindicato Rural, quando a sua cliente e o advogado Camarim caminhavam a pé, debaixo de chuva, em direção à saída para Cassilândia, onde Seloto os esperava.

Preso, o advogado seguiu para o Fórum de Chapadão do Sul, onde prestou depoimento aos promotores Eteocles e Marcus Vinicius. Do Fórum, foi levado para a Delegacia de Polícia Civil onde está preso.

Marcos Rogério Seloto deve responder entre outros crimes por falsa identidade, agravada por tê-la usado junto a funcionário público, e por falsidade ideológica. Se condenado, ele pode pegar até 18 anos de prisão.

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