CPI é prorrogada para investigar Protógenes
10 de março de 2009, 18h57
A CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas da Câmara foi prorrogada por mais 60 dias para investigar a informação da revista Veja sobre uma rede de espionagem comandada pelo delegado Protógenes Queiroz durante a Operação Satiagraha. A decisão foi aprovada pelo Plenário da Câmara, em votação simbólica. A comissão iria acabar no próximo domingo (15/3).
A proposta de 60 dias foi sugerida pelo relator da CPI, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA). Para o deputado, os fatos apresentados pela revista são de extrema gravidade. Segundo a revista, Protógenes grampeou e espionou autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário. Também foram bisbilhotados advogados e jornalistas.
Nesta terça, o presidente da CPI dos Grampos, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), defendeu os indiciamentos de Paulo Lacerda, ex-diretor-geral da PF e Abin, de Protógenes e de José Milton Campana, ex-diretor-adjunto da Abin. Para ele, os três cometeram o crime de falso testemunho. Já banqueiro Daniel Dantas deve ser indiciado por interceptação telefônica. A proposta de indiciamentos de Itagiba deve ser votada nesta terça pelos integrantes da comissão.
O relator afirmou que vai apresentar na quarta-feira um roteiro de trabalhos. Ele pretende ouvir o delegado que preside o inquérito, Amaro Ferreira. Vai propor também uma reunião em São Paulo com o juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Pretende ouvir ainda o delegado Protógenes. Já Itagiba informou que a CPI receberia nesta terça documentos enviados pelo juiz Ali Mazloum. Na semana passada, a comissão recebeu 11 volumes do inquérito contra Protógenes.
Nelson Pellegrino disse que a CPI poderá ouvir o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) para que ele contribua nas investigações sobre a empresa Kroll. Na semana passada, o senador disse que desconfia de que esteja sendo monitorado pela Kroll, a pedido de integrantes do PMDB. Pellegrino lembrou que a Kroll é investigada pela Operação Chacal, da Polícia Federal, por suspeitas de fazer escutas ilegais. "A Kroll é uma velha conhecida da CPI, mas como a Operação Chacal está sob sigilo, não foi possível investigar se houve ou não escutas telefônicas feitas por essa empresa", afirmou Pellegrino. Com informações da Agência Câmara.
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