"Tudo mentira"

Protógenes nega formação de rede de espionagem

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8 de março de 2009, 12h55

De acordo com o delegado Protógenes Queiroz, a reportagem da revista Veja sobre o inquérito da Polícia Federal que o investiga por montar uma rede de espionagem clandestina é “tudo mentira”. “Eles estão querendo prorrogar a CPI (do Itagiba), que não deu em nada”, disse o delegado em conversa com o apresentador Paulo Henrique Amorim.

A revista Veja publica neste fim de semana o que a Polícia Federal apurou até agora sobre as atividades paralelas do delegado Protógenes Queiroz e os desvios cometidos no comando da Operação Satiagraha. De acordo com reportagem, o conteúdo do inquérito é estarrecedor – clique aqui para ler o texto.

“O delegado centralizava o trabalho de uma imensa rede de espionagem que bisbilhotou secretamente desde a vida amorosa da ministra Dilma Rousseff até a antessala do presidente Lula, no Palácio do Planalto – passando pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo governador José Serra, além de senadores e advogados”, publica a semanal.

Leia a conversa com Protógenes Queiroz publicada no blog de Paulo Henrique Amorim

Diálogo agora de manhã com o ínclito delegado Protógenes Queiroz sobre a “reportagem” de capa da Veja.

— Você viu a Veja?
— Li, comprei no aeroporto. (*)
— O que você acha?
— Eles estão querendo prorrogar a CPI (do Itagiba), que não deu em nada.
— Mas, e as denúncias?
— Tudo mentira.
— Eu imaginei que fosse assim: o juiz te autoriza a grampear o Naji Nahas, o Naji Nahas se encontra com o Papa e você tem o Papa na gravação. Não pode ser isso?
— Pode ser. Mas não é isso.
— Não tem ninguém ali que tenha aparecido no grampo de outro?
— Só tem a Dilma, mas isso aparece na Satiagraha.
— E a vida amorosa dela, isso que a Veja fala.
— Não tem nada.
— E o Gilmar Mendes?
— Não tem nada.
— Mas, pera aí, não tem nenhum documento, nada? O que acharam na casa do teu filho, no Rio?
— Nada.
— E na tua casa em Brasília?
— Nada. Tem o computador da minha mulher.
— E no teu pen-drive?
— Tem o material que eu já encaminhei à Procuradoria-Geral da República. É material da Satiagraha.
— E do Fernando Henrique?
— Não tem grampo nenhum. Nada.
— E do José Serra?
— Nada. Só aparece uma conversa da filha dele com a irmã do Daniel Dantas. Mas, é uma relação empresarial. Não tinha nada a ver com a investigação.
— E o filho do Lula?
— Não aparece em nenhum momento, não tem nada.
— Mas, como é que a Veja ia inventar tudo?
— Cadê o áudio do grampo, Paulo Henrique? É só isso: um vazamento mentiroso.

(*) Protógenes estava a caminho de Porto de Galinhas, em Pernambuco, para comemorar o aniversário da mulher. Segunda-feira, ele participa de um debate em Recife sobre corrupção no Brasil.

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