Juiz deve falar com a imprensa, diz Fernando Mattos
6 de março de 2009, 8h33
O receio de distorção da informação pela mídia não pode impedir o magistrado de falar com a imprensa. A afirmação foi feita pelo presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Fernando Mattos, no encerramento do IV Encontro dos Assessores de Comunicação Social da Justiça Federal, na quarta-feira(4/3) em Brasília.
Segundo o presidente da associação, é preciso se abrir para a sociedade. E a iniciativa deve partir de juízes e assessores, de forma a sensibilizar tribunais superiores e conselhos para a importância da normatização do trabalho de comunicação social. “Ainda que o juiz não fale com a imprensa, ele precisa interagir com o assessor”, esclareceu.
Fernando Mattos aponta que se houver comunicação será possível acabar com as manchetes de que a Polícia Federal prende e a Justiça solta. Mattos comprometeu-se a fazer uma reunião com assessores e juízes para a elaboração da política de comunicação social da Justiça Federal.
Nos três dias de encontro, assessores do Supremo Tribunal Federal, Tribunal Superior Eleitoral e do Superior Tribunal de Justiça deram palestras e discutiram os meios de publicar notícias sobre o Judiciário.
O presidente da Ajufe ouviu dos participantes as dificuldades enfrentadas na tarefa de divulgar as decisões judiciais. Ele apontou que apesar de a Lei Orgânica da Magistratura proibir o juiz de emitir opiniões acerca de processos sob sua condução, já existem normas que determinam que o juiz passe informações, baseado no princípio constitucional da publicidade dos atos públicos.
A Resolução 60/2008 do Conselho Nacional de Justiça estabelece que o magistrado, obedecido o segredo de justiça, tem o dever de informar ou mandar informar aos interessados acerca dos processos sob sua responsabilidade de forma útil. Com informações da Assessoria de Comunicação do CJF.
Encontrou um erro? Avise nossa equipe!