Unidade de inteligência

São Paulo terá laboratório para combater crime

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23 de maio de 2009, 17h40

O Ministério Público de São Paulo firmou termo de cooperação técnica com a Secretaria Nacional de Justiça para a implantação do Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro. Segundo O Estado de S. Paulo, o convênio garantirá ao MP o recebimento de equipamentos e treinamento de pessoal para colocar em operação unidade de inteligência para o cerco a esse tipo de crime. "O objetivo é o uso intensivo de tecnologia aplicada ao combate à corrupção e à lavagem", disse o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Fernando Grella Vieira.

O custo estimado é de R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões. O modelo é inspirado na atuação do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, órgão do Ministério da Justiça. Segundo Fernando Vieira, o laboratório abrigará estudos e o desenvolvimento de técnicas e metodologias para a produção de informações estratégicas e servirá "à difusão de conhecimentos produzidos por meio da análise de casos piloto de alta complexidade".

"Não adianta só prender e processar", declarou Romeu Tuma Júnior, secretário nacional de Justiça. "O crime é uma empresa. É preciso cortar o fluxo financeiro que abastece as organizações criminosas, especialmente as organizações do pessoal de terno e gravata. Temos que adotar mecanismos mais decisivos e sensibilizar a Justiça para dar celeridade a processos de lavagem e repatriação de valores ilicitamente remetidos para o exterior", completou o secretário.

Tuma Júnior avalia que o caminho é bloquear as contas e investimentos dos alvos. "O Brasil tem que descapitalizar o crime que assumiu contornos transnacionais. Não adianta mandar para a cadeia porque o cara fala que é vítima de perseguição política e metade do povo acredita. A gente vai ficar enxugando gelo. É por isso que precisamos tirar o domínio de quem não pode provar que o bem é dele."

Para Fernando Grella Vieira, o laboratório "é fundamental para que o MP possa cumprir aquela que é, sem dúvida, a mais grave e mais difícil de suas missões nos dias atuais, o combate à criminalidade organizada". O procurador destacou que "o crime, em suas múltiplas e sofisticadas formas de organização, planejamento e prática, encontrou no mundo globalizado o mais propício espaço possível para disseminar-se e entronizar-se nos mais amplos e variados setores da sociedade, inclusive e lamentavelmente na vida pública".

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