Dia de revolta

Presidente da Itália reclama de "indulgência" brasileira

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9 de maio de 2009, 15h29

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, criticou, neste sábado (9/5), o Brasil e a França por não extraditar dois condenados pela Justiça italiana, Cesare Battisti e Marina Petrella, segundo o site G1. Napolitano reclamou do que chamou de "indulgência inexplicável" de França e Brasil ao não extraditar dois "terroristas condenados".

Giorgio Napolitano declarou que foi obrigado a chamar a atenção dos chefes de Estado de Brasil e França "pelo tratamento inexplicavelmente indulgente reservado a terroristas condenados por crimes de sangue e que fogem há muito tempo da Justiça italiana". "Espero que minha voz seja ouvida com ânimo de amizade", disse em discurso em dia de homenagens às vítimas do terrorismo.

O Ministério da Justiça brasileiro concedeu, em janeiro, refúgio político a Cesare Battisti, sob a justificativa de que ele sofre fundado temor de perseguição política em seu país. Battisti foi condenado em 1993 à prisão perpétua por quatro assassinatos. Ele se declara inocente.

A França informou, em outubro do ano passado, que Marina Petrella, ex-integrante das Brigadas Vermelhas, condenada em 1992 à prisão perpétua por homicídios, por integrar um grupo armado e por tentativa de homicídio e sequestro, não será extraditada por "razões humanitárias".

As duas decisões irritaram as famílias das vítimas dos "anos de chumbo", o período de violência política na Itália de 1969 a 1988, que deixou 415 mortos em quase 15 mil atentados.

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