Condenação centenária

Madoff pega pena máxima nos EUA por fraude

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29 de junho de 2009, 16h03

A Justiça dos Estados Unidos condenou o megainvestidor Bernard Madoff nesta segunda-feira (29/6) a 150 anos de prisão por fraude financeira que chegou a US$ 65 bilhões, de acordo com a Folha Online. A chamada “pirâmide de Madoff” é considerada a maior fraude financeira da história, superando até mesmo a quebra fraudulenta da Enron, empresa americana de energia que faliu em 2001, após reconhecer um prejuízo de US$ 63,4 bilhões não escriturado nos balanços.

Bernard Madoff foi condenado por 11 crimes, entre eles lavagem de dinheiro, perjúrio e fraude. A punição de 150 anos, determinada pelo juiz federal Denny Chin, da Corte Federal de Manhattan, em Nova York, foi a máxima para os 11 crimes praticados. Após a sentença ser anunciada por Chin, aplausos irromperam na sala de audiências onde ocorreu o julgamento. Como era réu confesso, os advogados de Madoff pediram redução da pena para apenas 12 anos.

Conhecidas como esquema Ponzi, as operações de Madoff, que enganaram milhares de pessoas ao redor do mundo, consistiam em prometer a investidores ganhos acima das médias de mercado. O mote da enganação era que os primeiros depósitos eram remunerados com o dinheiro que entrava dos novos investidores. O esquema, alimentado pela entrada constante de novos aplicadores, ruiu quando os investimentos pararam, devido à crise financeira mundial. Madoff foi preso em dezembro e confessou o golpe.

Bancos europeus e americanos, empresários, atletas e celebridades estão na lista de potenciais vítimas da fraude. Aparecem na relação várias sociedades financeiras, principalmente europeias e americanas, grandes e pequenas, que asseguram ter investido na estrutura piramidal organizada por Madoff. Entre elas há fundos através dos quais investiram bancos como o BBVA, Bank of America, UBS, BNP Paribas, Bank of New York Mellon e Credit Suisse. 

Bancos como Santander, Itaú e Safra tinham aplicações nos fundos de Madoff. A saída encontrada pelo Santander para ressarcir os investidores foi dar às pessoas físicas que tiveram prejuízo ações preferenciais do banco, que pagam juros de 2% ao ano, pelo período de dez anos. Caso os clientes quisessem revender os papéis antes desse prazo, teriam de aceitar um deságio.

Já entre as pessoas há famosos como o apresentador de televisão Larry King, os atores John Malkovich e Kevin Bacon e o empresário imobiliário Larry Silverstein, e até pessoas ligadas ao financista, como seus filhos Mark e Andrew, e seu irmão, Peter. Entre os nomes na lista também estão o do jogador de beisebol Sandy Koufax, o do senador democrata Frank Lautenberg e o do multimilionário Fred Wilpon, dono do time de beisebol New York Mets.

A mulher de Madoff, Ruth, divulgou nota na qual diz que sente uma "imensa dor" pelas histórias de perdas de pessoas cujas economias "evaporaram" com o golpe do marido. "Vidas foram reviradas e investimentos foram eliminados. Todos que foram tocados por essa fraude se sentem traídos; não acreditam no pesadelo do qual acordaram. Estou constrangida, envergonhada. Como todos, me sinto traída e confusa. O homem que cometeu essa terrível fraude não é o homem que conheci por todos esses anos", diz a nota, divulgada pela Folha Online.

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