Operação Arcanjo

Ex-procurador de Roraima é condenado por pedofilia

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27 de junho de 2009, 17h13

O ex-procurador-geral do estado de Roraima Luciano Queiroz foi condenado pelo juiz Jarbas Lacerda de Miranda a 202 anos de prisão por participação em um esquema de pedofilia. Cabe recurso. No Brasil, o tempo máximo que uma pessoa pode ficar presa é 30 anos. As informações são da Agência Folha.

Queiroz foi condenado pelos crimes de estupro, atentado violento ao pudor e exploração sexual de crianças e adolescentes. Após ser preso na Operação Arcanjo, da Polícia Federal, o ex-procurador foi exonerado do cargo pelo governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB).

Em junho do ano passado, oito pessoas foram presas pela PF. Além de Queiroz, foram presos dois empresários e um policial militar. As investigações incluíram escutas telefônicas autorizadas pelo Judiciário, fotografias e vídeos. Em uma das gravações, duas crianças apareciam acompanhadas por Queiroz saindo de um motel de Boa Vista.

"Diante da quantidade de vítimas, de fatos por ele praticados e da gravidade dos fatos, com crianças de seis anos de idade sendo levadas ao motel para serem abusadas por ele, é uma pena justa que deve ser mantida pelos tribunais", disse o promotor José Rocha Neto, do Ministério Público Estadual de Roraima.

Além de Queiroz, outras seis pessoas que foram presas na operação também foram condenadas. Entre elas Lidiane Foo, apontada pela PF e pelo MP como líder do esquema que aliciava crianças para serem abusadas sexualmente. Ela foi condenada a 331 anos de prisão.

A Justiça Estadual de Roraima determinou também que o grupo pague cerca de R$ 1,1 milhão às famílias das crianças que foram abusadas sexualmente. Para o juiz, que presidiu o processo, a decisão "é uma resposta que o Poder Judiciário dá não só para Roraima, como também para a sociedade brasileira".

A reportagem não conseguiu localizar o advogado que, segundo a OAB de Roraima, representa Luciano Queiroz no caso. Quando foi preso em 2008, Queiroz negou as acusações e disse ser inocente. Naquela ocasião, segundo ele, a prisão havia sido uma represália da PF por sua atuação no caso da homologação da terra indígena Raposa/Serra do Sol. Queiroz era contrário à realização da operação da PF para a retirada de não índios da terra indígena, o que veio a acontecer posteriormente.

O advogado Clodoci Amaral, que defende Lidiane Foo, disse à Folha que irá recorrer da sentença, assim que for notificado oficialmente. Para ele, todo o processo "é um absurdo".

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