Caso de reincidência

Justiça do Trabalho revoga demissão de sindicalista

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15 de junho de 2009, 17h36

Uma das questões que puseram em cheque o cargo da reitora da Universidade de São Paulo, Suely Vilela, foi resolvido pela Justiça trabalhista. Uma liminar concedida pela 26ª Vara da Justiça do Trabalho na semana passada e entregue nesta segunda-feira (15/6) à Reitoria determina a readmissão do sindicalista Claudionor Brandão ao quadro de funcionários da universidade. Essa era uma das reivindicações do Sindicato dos Funcionários da USP (Sintusp), durante a greve. Piquetes feitos na última semana causaram tumulto entre a Polícia Militar e manifestantes, entre eles funcionários e alunos da universidade.

Brandão havia sido demitido em novembro do ano passado depois de ser condenado em um processo administrativo por reincidência. A Reitoria ainda não se manifestou sobre a decisão judicial. As informações são do portal G1.

Brandão é filiado ao sindicato desde 1988 e foi membro da diretoria por três vezes, participando de 12 greves. Ele é técnico em manutenção de refrigeração e ar condicionado e trabalha há quase 22 anos na instituição. Na semana passada, ele chegou a ser detido e levado à delegacia quando manifestantes entraram em confronto com a Polícia. 

"Isso prova que a USP não agiu de acordo com a lei. Patrão nenhum pode demitir dirigente sindical sem abrir um inquérito na Justiça do Trabalho", afirmou o sindicalista. 

Segundo ele, um dos processos abertos, de 2002, o acusa de jogar um produto químico em um dos laboratórios da universidade. Brandão diz que não estava no local na ocasião. Em outro processo, ainda de acordo com ele, a universidade afirma que ele participou, em 2005, de uma invasão da biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo para apoiar funcionários em greve. Ele negou a invasão e disse que o objetivo era pressionar para que houvesse aumento das verbas para as universidades paulistas. 

No ano seguinte, ele afirmou que participou de uma manifestação em frente à Reitoria para apoiar funcionários terceirizados da universidade. "O sindicato desses trabalhadores veio até o campus e começou a nos bater. Eu tentei entrar na Reitoria para telefonar. Bati no vidro e o vidro cedeu. Fui condenado acusado de desvio da função sindical, afirmou. A punição terminou em demissão por causa da reincidência.

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