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Delegado da PF se diz alvo de perseguição do MPF

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22 de julho de 2009, 0h27

A defesa do delegado da Polícia Federal Severino Alexandre de Andrade Melo entregou, nesta terça-feira (21/7), na 10ª Vara Criminal de São Paulo, pedido de suspeição contra o procurador Roberto Dissé Diana, responsável por duas denúncias contra Andrade Melo. De acordo com a defesa, o delegado é alvo de perseguição por parte do Ministério Público Federal em São Paulo. 

O delegado é acusado de prevaricação por ter usado serviços de um motorista e um agente da PF para conduzir sua mulher para procurar um apartamento pela cidade de São Paulo, para onde a PF tinha acabado de transferi-lo. Num outro processo, ele também responde pelo crime de condescendência criminosa, sob a acusação de ter deixado de informar o Ministério Público Federal sobre irregularidades cometidas pelo delegado Nivaldo Bernardi, à época seu subordinado. O autor dessa denúncia também é o procurador Dissé. O delegado Bernardi responde por estelionato por ter solicitado, com papel timbrado da Polícia Federal, 54 credenciais para o GP Brasil de Fórmula 1 em 2004. Para a Procuradoria, tanto Andrade Melo como o ex-corregedor-regional, Antonio Pietro, acobertaram as irregularidades de Bernardi. Neste caso, a defesa preliminar de Severino já foi apresentada e processo está pendente de julgamento (clique aqui para ler mais). 

No pedido de suspeição, a defesa de Severino Alexandre de Andrade Melo, representada pelo advogado Paulo Morais, do Morais Advogados Associados, reforça que o delegado jamais determinou ou ordenou que funcionários da PF deixassem suas tarefas para procurar imóvel para ele morar. “Não é crível que um policial com o prontuário de Andrade Melo e com anos de dedicação integral ao funcionalismo público tenha que passar por uma situação vexatória e irrelevante, assim como esta absurda imputação feita pelo MPF”, diz a defesa.

O advogado afirma que é nítida e clara a perseguição política e pessoal que gira em torno da acusação contra o delegado. No pedido, ele cita que, durante o Procedimento Criminal Interno contra seu cliente, o procurador Dassié Diana o tratou de forma grosseira e em tom de ameaça. Por isso, o delegado também alterou seu tom de voz. “Assim, evidente que a partir daquele momento, eles passaram a ter enormes divergências e sentimentos pessoais”, argumenta a defesa no pedido de suspeição do procurador. 

Em nota enviada ao ConJur, o procurador Dassié Diana, contesta as alegações da defesa. Diz que não tratou o delegado Severino de forma grosseira e em tom de ameaça. Segundo ele, o objeto deste procedimento que a defesa aponta é diferente da denúncia apresentada nos autos 2009.61.81.007402-7, em trâmite perante a 10ª Vara Federal Criminal de São Paulo e no qual se imputa o crime de prevaricação a Severino. (Clique aqui para ler íntegra da nota do procurador).

Ainda segundo Diana, ele não se recorda de ter recebido o delegado em seu gabinete, “em qualquer ocasião, mas, com certeza, jamais tratou com o delegado sobre o assunto mencionado pela defesa”, destaca. 

Clique aqui para ler o pedido.

Notícia alterada às 15h52, desta quarta-feira (22/7), para acréscimo de informações.

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