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Procurador cego é nomeado desembargador no Paraná

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17 de julho de 2009, 18h42

O procurador do Ministério Público do Trabalho no Paraná Ricardo Tadeu da Fonseca foi nomeado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região. Ele é cego e, apesar de ter aprendido a linguagem Braile, utiliza-se mais da tecnologia e usa programas que leem documentos direto do computador.

Em 1990, Ricardo Tadeu passou no exame escrito de um concurso para juiz, mas foi reprovado com a justificativa de que a Justiça não poderia aceitar uma pessoa cega. "Acabaram me reprovando. O Poder não estava pronto para uma pessoa cega naquela ocasião", contou.

O procurador, que nasceu prematuro, sofreu paralisia cerebral em decorrência disso e teve deficiência visual, estudou em escola regular incentivado pela mãe. Aos 23 anos, no terceiro ano da faculdade de Direito, perdeu a visão completamente. Conseguiu se formar pela Universidade de São Paulo com o apoio dos colegas, que gravavam o conteúdo dos livros e das aulas para que ele pudesse estudar. Fez mestrado, doutorado, publicou dezenas de artigos acadêmicos e escreveu o livro O trabalho da pessoa com deficiência e a lapidação dos direitos humanos.

Em 1991, quando fez o concurso para procurador do trabalho, foi aprovado em 6º lugar em uma prova disputada por 5 mil candidatos. Ricardo Tadeu trabalha há 18 anos no Ministério Público do Trabalho. "Estou muito feliz, pois estou realizando um sonho. Aos 50 anos, tenho muito a agradecer ao Ministério Público, pelas coisas que tive oportunidade de fazer. Estou indo para a magistratura com a sensação de dever cumprido. Espero poder levar todo o conhecimento que adquiri aqui", disse. Com informações da Assessoria de Imprensa do MPT-PR.

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