Pedofilia em Portugal

Dados de processo reaparecem depois de 25 anos

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23 de janeiro de 2009, 6h43

A Procuradoria-Geral da República de Portugal investiga, em segredo de Justiça, o reaparecimento dos documentos de um dos maiores escândalos da história do país: a chamada investigação Casa Pia, que a partir de 1982 envolveu membros do executivo português num caso de pedofilia.

Segundo o Diário de Notícias, de Lisboa, os documentos foram descobertos no sistema de informática da Comissão Nacional de Proteção de Dados. São 18 arquivos que apareceram, entre 10 e 11 de janeiro de 2009, no computador da funcionária Clara Guerra —responsável pelas relações públicas da Comissão Nacional de Proteção de Dados.

O Centro de Adoções Casa Pia de Lisboa Colégio Pina Manique foi o palco do escândalo, cujas oitivas sumiram com a acusação contra o embaixador português Jorge Ritto, em 1982. Ele era acusado de fazer intermediações para prática de prostituição infantil e pedofilia, a partir da Casa Pia. O caso envolveu também o político português Ferro Rodrigues, ex-secretário-geral do Partido Socialista Português.

O depoimento de Ferro Rodrigues é um dos mais polêmicos do processo. Nele, o ex-secretário-geral do partido revela o nome de todas as pessoas que lhe vazaram, no governo, o curso das investigações do caso, incluindo escutas telefônicas.

Mas, segundo autoridades portuguesas, houve agora um segundo sumiço. Tão logo os funcionários da Comissão Nacional de Proteção de Dados souberam que o caso reaparecera no sistema, trataram de “limar” parte dos arquivos. Foi assim que, mais uma vez, desapareceu o depoimento do ex-secretário-geral do Partido Socialista.

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