Consultor Jurídico

Lei dos Recursos Repetitivos não vai acabar com cultura do recurso

16 de janeiro de 2009, 13h36

Por Redação ConJur

imprimir

Integrante do Superior Tribunal de Justiça há mais de cinco anos, a ministra Denise Arruda acredita que a Lei dos Recursos Repetitivos ainda não resolveu o problema do volume de processos no tribunal, uma vez que existe, dentro da advocacia, a cultura do recurso. “Essa cultura não vai ser alterada porque existe a Lei dos Recursos Repetitivos, a súmula impeditiva de recursos ou qualquer outro mecanismo que venha no sentido de barrar o grande volume de trabalho dentro dos tribunais”, avaliou.

A ministra, que compõe a 1ª Seção, ressaltou que, com o tempo, ela será de grande utilidade para o STJ. “A Lei dos Repetitivos ainda não teve o alcance que poderia ter porque é recente. Acredito que em 2009 haverá um número bem maior de questões a serem submetidas ao julgamento pela lei, o que ajudará a diminuir o movimento dos processos dentro do tribunal.”

Segundo a ministra Denise Arruda, não existe milagre ou situação para que se resolvam, rapidamente, mil processos, pois eles são únicos e por trás de cada um há uma pessoa, uma família, uma situação diferente. “Muitas vezes, o processo não diz, não mostra para você, claramente, quem tem razão. Quase sempre, é preciso esmiuçar, ler várias vezes para chegar a uma conclusão. Assim, não há mecanismos que possam melhorar isso a curto prazo”, disse.

Em 2008, a 1ª Seção, que concentra 60% das causas repetitivas, julgou 1.929 processos. Para a ministra, o colegiado, assim como o STJ, cumpriu bem o seu papel, julgando as mais diversas situações.