Tipos de mulher

AGU processa revista por ofensa a brasileiras

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10 de janeiro de 2009, 21h21

A Advocacia-Geral da União, por meio da Procuradoria Regional Federal da 2ª Região, ingressou com uma ação contra a revista Rio For Parties (Rio para festeiros), que chama as brasileiras consideradas “popozudas” de “máquina de sexo bunduda” e define os bailes de carnaval como “festas ao ar livre com atividades de semi-orgia”. O objetivo é retirar de circulação a revista, sob pena de pagamento de multa diária de R$10 mil.

Na ação, movida a pedido da Empresa Brasileira do Turismo (Embratur), a PRF sustenta que a revista estimula a prática de exploração sexual e utiliza na capa, sem autorização, o selo Brasil Sensational, do Ministério do Turismo, criado para divulgar a imagem do turismo brasileiro e atrair turistas de todo o mundo.

O procurador federal Marco Di Iulio, responsável pela causa, destaca na peça que a publicação viola a dignidade humana e expõe o povo brasileiro a situação vexatória. A revista também fere a política nacional de turismo porque, dentre outros conteúdos, classifica as mulheres brasileiras em quatro tipos: “Britney Spears”, “popozuda”, “hippie/raver” e “Balzac”.

As “Britneys” seriam as filhinhas de papai, que se vestem como a cantora, mas não deixam ninguém cantá-las. “Pode esquecê-las a menos que seja apresentado a uma”, diz uma das reportagens. A “popozuda” é chamada de “máquina de sexo bunduda (…). Bom para você investir seu tempo porque o motel é sempre uma possibilidade com essas maravilhas”. A revista diz que “elas malham, usam calças apertadas enfiadas na bunda, pintam o cabelo de loiro e se esforçam ao máximo para aparecer”.

As “hippies/ravers” são “garotas divertidas, fáceis de se aproximar, fáceis de conversar, difíceis de beijar, fáceis de ir para a balada”. Já a “Balzac” é a mulher que “quer se divertir, dançar, beber e beijar”. O guia sugere tratá-la “como uma dama, que elas te tratarão como um rei, talvez não hoje à noite, mas amanhã com certeza”.

O procurador ressalta na ação que o artigo 12 da Lei de Imprensa estabelece que “aqueles que, através dos meios de informação e divulgação, praticarem abusos no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e informação ficarão sujeitos às penas desta lei e responderão pelos prejuízos que causarem”. Também afirma que a publicação viola “um dos fundamentos do próprio Estado Democrático de Direito — a dignidade da pessoa humana (…), tendo em vista a exposição vexatória do povo brasileiro com o intuito de promover a exploração sexual”.

A revista Rio for Partiers é produzida pela Editora Solcat Ltda. A ação foi apresentada Justiça Federal do Rio de Janeiro.

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