Mercado de grampo

Nove pessoas são presas por vender sigilo bancário e telefônico

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7 de janeiro de 2009, 18h26

Nove pessoas acusadas de integrar um esquema de venda ilegal de grampos telefônicos e de sigilos bancários foram presas, nesta quarta-feira em São Paulo. Entre os presos estão detetives particulares, funcionários de bancos e de operadoras de telefonia. Policiais também são suspeitos de participar do esquema. O grupo forjava autorizações judiciais de quebra de sigilo telefônico que eram enviadas às operadoras e depois vendiam as escutas e os dados.

Entre as vítimas da quadrilha estão pelo menos 100 pessoas, como empresários, maridos e mulheres suspeitos de infidelidade e políticos. Nesse último caso está o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, José Anibal (SP), informa a Folha de S.Paulo.

De acordo com a Polícia Civil, detetives particulares conseguiam quebrar o sigilo bancário e telefônico das pessoas com a ajuda de funcionários de bancos e de operadoras de telefonia. Para conseguir essas informações, eles pagavam comissões que variavam de R$ 200 a R$ 2 mil.

“O cliente contatava o detetive, que conseguia dados com funcionários de bancos e de operadoras de telefonia para depois revendê-los", disse o delegado Ruy Ferraz Fontes, da divisão de roubo a banco do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado).

Investigação

Segundo a polícia, as investigações começaram em 2004 com a suspeita de fraude nos ofícios de quebra de sigilo telefônico enviados para as operadoras de telefonia. “Descobrimos duas grandes redes principalmente formadas por detetives particulares, que comandavam o esquema", disse o delegado à Folha.

A Polícia Civil informou que há suspeita de que policiais teriam "forjado" as determinações judiciais enviadas para as operadoras de telefonia. Os policiais suspeitos não foram presos. Eles vão ser investigados pela Corregedoria.

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