Esperando a onda

Marolinha registra mais de 600 mil desempregados

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10 de fevereiro de 2009, 10h05

Todos os dias nos deparamos com várias manchetes em todos os jornais sobre a crise financeira que está aterrorizando todos nós. As reportagens, como não poderiam deixar de ser, são todas negativas dizendo que mais um banco quebrou, mais uma seguradora fechou as portas, que a Bolsa de Valores de tal cidade fechou o pregão a menos tantos por cento e que uma empresa demitiu um sem número de empregados.

Essas informações são processadas de forma negativa em nossas mentes, mesmo que efetivamente não tenhamos nada a ver com crise, mesmo que de forma direta a crise ainda não nos tenha afetado. É a chamada “crise de confiança”.

É incrível como a mídia trata a crise que afetou o mundo inteiro de uma forma tão negativa. A crise que todos lemos nos jornais teve o seu epicentro nos Estados Unidos conforme já previa os economistas Nouriel Roubini e o grande George Soros há cerca de seis anos.

A causa principal dessa crise econômica, que devastou principalmente os países considerados desenvolvidos, foi a super valorização de papéis sem qualquer lastro sólido. Principalmente das empresas imobiliárias e sem falar nas empresas de tecnologia, por exemplo, o que ocorreu com a Bolsa de Valores Nasdaq.

Da mesma forma o mercado acionário como um todo estava super aquecido, ações com valores elevados sem qualquer explicação era a chamada bolha de especulação, vejamos um exemplo no Brasil: ações da Petrobras subiram a patamares altíssimos simplesmente pela notícia do descobrimento do Pré-Sal. O mercado imobiliário americano explodiu e com ele as hipotecas, garantia real que era oferecido ao mercado financeiro para lastrear empréstimos financeiros, mas que na verdade eram simplesmente papéis podres.

O FED (Federal Reserv Bank), Banco Central Norte Americano, por sua vez, órgão que até então detinha uma confiança total do mundo inteiro, deixou tudo andar normalmente como se nada estivesse acontecendo. Nos dizeres do ex-presidente do FED Willian McCheney Martin Jr “O papel do Banco Central é tirar a jarra de bebida exatamente quando a festa começa a ficar animada.” Entretanto o papel do FED da era Allan Greenspan foi justamente o contrário, deixou a festa acontecer sem que seus convidados especuladores ficassem com ressaca para ficarem animados para a próxima festa.

Segundo o Governo Federal, seríamos atingidos apenas por uma pequena “marola”. Porém, o índice de desemprego sobe a cada mês. Só no mês de dezembro de 2008, tivemos mais de 600 mil desempregados. Se isto for apenas “marola” imagine se vier uma “grande onda”! Como o mundo hoje é inteiramente globalizado, todos nós vamos sentir os efeitos dessa crise, pois uma empresa que se instala no Brasil e tem aplicações fora ou mesmo que possuam empréstimos com bancos internacionais ou dependam de linha de crédito para manter suas operações, sofrerão com essa crise. Sem falar que internamente já estamos sofrendo com ela, pois os juros dos empréstimos estão mais elevados, os financiamentos estão escassos e as aplicações no exterior perderam rentabilidade. Enfim, esse efeito cascata devasta tudo.

As pequenas e médias empresas também estão com dificuldades de operar, pois muitos de seus contratos dependem direta ou indiretamente das grandes empresas para sobreviver. E essas últimas, como dito acima, estão com extremas dificuldades em operar.

Nenhuma instituição financeira hoje tem tranqüilidade para conceder empréstimos sem uma garantia muito sólida e é justamente ai que mora o perigo. Sabemos hoje que a grande maioria das empresas dependem de empréstimos para sobreviverem, porque seus capitais de giro estão no vermelho. Para reduzir custos as empresas estão demitindo funcionários, ou seja, não tem dinheiro para gastar no comércio. Este último por sua vez, deixa de comprar nas indústrias, que desempregam também e o governo aumenta os impostos, pois sua arrecadação diminui e não tem como pagar a enorme máquina administrativa com seus cabides de emprego. É a “bola de neve” em formação!

Nesses momentos de crise o governo tem que ser o grande aliado dos empresários, reduzindo juros sem timidez e gerando empregos com obras de infra-estrutura, para voltarmos a aquecer a economia e voltar a gerar recursos com responsabilidade e menos especulação e ganância.

Dessa forma, nessa engrenagem toda é que entra a grande capacidade do empresário brasileiro que é a criatividade para driblar a crise. Crises são inevitáveis. Ninguém gosta, mas elas obrigam um empreendedor a enxergar o negócio com seus verdadeiros riscos — e isso é ótimo, ainda que não se aprecie nem um pouco o que se vê. Em boa parte dos casos, ver direito é o primeiro passo para melhorar aquilo que não está bom. Se a lição de casa for feita, empreendimentos de qualidade poderão ficar melhores depois dessa confusão toda. E os melhores, ainda melhores.

Nesse momento, os empresários têm que contar com uma boa assessoria para poder fazer um planejamento, seja ele tributário, fiscal ou econômico, visando enfrentar a crise, mantendo seus empregados e pagando menos impostos, não deixando a crise afetar sua empresa.

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