Patrimônio em questão

Justiça encerra investigação do casal Kirchner

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30 de dezembro de 2009, 18h43

A Justiça Federal da Argentina encerrou o procedimento que investigava suposto enriquecimento ilícito da presidente do país Cristina Kirchner e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner. Reportagem do Estadão revela que, entre 2003, ano em que Néstor Kirchner tomou posse, e 2008 o patrimônio do casal aumentou em 497%.

A Vara Federal confirmou a decisão, tomada dias atrás, pelo juiz federal Norberto Oyarbide, que havia declarado que o casal não tinha motivos para ser processado, pois o enriquecimento de ambos "não apresentava irregularidades". O ex-presidente Kirchner, ao saber da suspensão das investigações sobre suposto enriquecimento ilícito, ressaltou que seu aumento de patrimônio está "justificado".

Só no primeiro ano de governo da presidente Cristina (2008), o aumento foi de 158%. A expansão patrimonial do casal, cujos bens — basicamente imóveis na província de Santa Cruz e na cidade de Buenos Aires — chegam a US$ 11,6 milhões, chamou a atenção dos partidos da oposição, da opinião pública e dos analistas políticos.

O promotor no caso não recorreu da decisão do juiz de encerrar as investigações, atitude encarada como suspeita pelos líderes da oposição. A decisão do juiz Oyarbide também não foi questionada pelo diretor da Promotoria de Investigações Administrativas (Fia), órgão responsável por investigar os atos de corrupção ocorridos dentro do Estado argentino. A União Cívica Radical, principal partido da oposição, anunciou que pedirá o julgamento político do promotor.

Doze juízes federais estão investigando o ministro do Planejamento Federal e Obras Públicas, o secretário de Energia, o ex-secretário de Meios, e o ex-secretário dos Transportes no governo Kirchner. Nos últimos seis anos, um total de 130 processos que investigavam casos de corrupção dos funcionários kirchneristas foram arquivados ou encerrados.

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