Mulheres no poder

Sotomayor presta juramento como primeira hispânica

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8 de agosto de 2009, 16h34

A juíza Sonia Sotomayor prestou juramento neste sábado (8/8) ante a Suprema Corte dos Estados Unidos, tornando-se oficialmente a primeira pessoa de origem hispânica a ocupar este prestigioso cargo vitalício. O secretário da Justiça, John Roberts, presidiu a cerimônia de juramento transmitida pela televisão. A juíza da Corte de Apelações de Nova York, indicada pelo presidente Barack Obama, foi confirmada no cargo na quarta-feira (5) por 68 votos a favor e 31 contra em votação no Senado americano. Na ocasião, Obama reagiu imediatamente afirmando que a designação de Sotomayor marcava "um dia maravilhoso para a América". As informações são do portal G1.

A magistrada assumirá o cargo em setembro. Sotomayor é a terceira mulher a integrar a máxima instância jurídica do país. Ela terá a companhia de Ruth Bader Ginsburg, de 76 anos. Sandra Day O’Connor renunciou em 2006. Aos 55 anos, ela também será a segunda mais jovem dos nove membros da Suprema Corte, depois do presidente da instituição, John Roberts, alguns meses mais novo.

Contudo, o mais importante é que Sotomayor é a primeira hispânica a ocupar um cargo tão influente nos Estados Unidos, noticia o G1. Sua nomeação para substituir o moderado David Souter não deverá modificar profundamente o equilíbrio atual da máxima instância judiciária dos Estados Unidos, formada por quatro conservadores, quatro progressistas e um independente.

Ao designar esta mulher diabética, de origem portorriquenha, divorciada e considerada uma viciada em trabalho, Obama cumpriu a promessa feita durante sua campanha de privilegiar uma personhalidade consciente dos problemas do dia-a-dia dos americanos.

Nomeada juíza federal por George Bush pai em 1991 e, depois, juíza na Corte de Apelações de Nova York por Bill Clinton em 1997, ela é conhecida por sua consciência profissional e por posições políticas de centro esquerda. Em sua apresentação no Senado para a nomeação ao cargo de juíza federal, alguns republicanos se manifestaram contra em razão de seu lado progressista, temendo que ela chegasse um dia à Suprema Corte.

Nascida em 25 de junho de 1954 de pais originários de Porto Rico, ela cresceu no Bronx, um bairro popular do norte de Nova York. Seu pai, um operário, morreu quando ela tinha nove anos. Ela foi criada junto com a irmã mais nova por sua mãe, uma enfermeira.

As origens modestas não a impediram de ser diplomada com boa nota (summa cum laude) na prestigiosa universidade de Princeton (Nova Jersey) em 1976. Ela obteve três anos mais tarde um doutorado em direito da universidade de Yale (Connecticut), uma das mais reconhecidas do país.

Sotomayor fala sempre em tribunais como "o último refúgio dos oprimidos" e se define como uma pragmática com "os pés no chão". Divorciada sem filhos, ela é apaixonada por seu trabalho. Mas alguns a consideram muito exigente e pouco acostumada a rever suas posições. "É um terror no tribunal", "ela tem temperamento forte e ela se irrita facilmente", são alguns dos comentários anônimos dos advogados que trabalharam com ela, segundo o almanaque judiciário federal, uma publicação especializada do ramo.

Durante seus 17 anos como juíza, ela determinou a prisão de políticos envolvidos em casos de corrupção, como o chefe de gabinete do ex-governador de Nova Jersey Joseph C. Salema em 1995. No mesmo ano, ela encerrou uma greve de 232 dias no mundo profissional do beisebol, que levou à anulação da Série Mundial, a final do campeonato americano de beisebol (MLB), invalidando o novo contrato coletivo que os proprietários das equipes queriam impor aos jogadores.

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