Caso Explorer

Um milhão pede indenização, só advogados ganham

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4 de agosto de 2009, 0h52

Advogados americanos lucraram milhões de dólares num dos maiores escândalos da indústria automobilística dos Estados Unidos. Defeitos na roda e pneu traseiros do Ford Explorer, um dos carros que mais venderam na história do país, provocaram mais de 3 mil acidentes com mais de 250 mortes em todo o mundo. Nos EUA, ocorreram mais de 100 morte, o que gerou uma avalanche de 1 milhão de ações de indenização contra a Ford na Justiça.

Quase 20 anos depois das primeiras ações indenizatórias, o resultado é: nenhum dos lesados levou dinheiro da Ford, mas apenas tíquetes para ter descontos em novas compras da montadora. Poucos consumidores usaram esses cupons. Levantamento do site Findlaw indica que, no entanto, a demora de mais de sete anos, na Corte Superior de Sacramento, na Califórnia, para apreciar os primeiros casos, transformou os advogados dos clientes nos grandes beneficiários do episódio.

O juiz David De Alba decidiu por um ressarcimento coletivo no valor de US$ 500 milhões, q Que se materializou na emissão de cupons que facultavam desconto de apenas US$ 500,00 para cada um dos integrantes do grupo de 1 milhão de pessoas que litigaram contra a Ford. Até a data final para fazer uso dos cupons, que era 29 de abril de 2008, quase ninguém havia feito uso dos cupons. Apenas 75 cupons, que totalizavam US$ 37,5 mil, foram descontados.

Mas, segundo levantamento do site Findlaw, a Ford, cumprindo a decisão do juiz, pagou US$ 25 milhões em honorários dos advogados que participaram dos 50 dias de julgamento do caso, em 2007. Poucos advogados envolvidos nesses honorários milionários gostam de falar no tema. O escritório Lieff, Cabraser, Heimann, & Bernstein diz que doou seus honorários, uma parcela de US$ 950 mil, para ONG’s de segurança no trânsito.

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