Crise gera trabalho no Brasil e mudanças nos EUA

Ao contrário das demissões, reduções de salários e de trabalho nos escritórios dos Estados Unidos, a crise financeira no Brasil criou vagas e aumentou a demanda em áreas da advocacia como a tributária, trabalhista, de recuperação judicial e até em fusões e aquisições. “No Brasil, a crise chegou mais tarde e já está indo embora. Os escritórios estão encontrando novos nichos de atuação”, declarou Horacio Bernardes Neto, conselheiro do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados (Cesa), durante reunião mensal da entidade nessa segunda-feira (27/4).

O número de due diligences cresceu de maneira expressiva no primeiro trimestre no Doria, Jacobina, Rosado e Gondinho Advogados. O sócio André Gondinho explica que as atuais tentativas de fusão e aquisição são saídas encontradas para redução de custos e otimização do trabalho. Há ainda empresas que buscam capital novo, através de investidores externos. Essas operações são fechadas em até um mês.

Procura-se
O Doria, Jacobina também cresceu na área tributária, no contencioso e na trabalhista. Nesta última, cresceu 200%. Para dar conta da demanda, o escritório carioca vai contratar três advogados e dois estagiários. Em São Paulo, o escritório Gonini Paço, Maximo Patricio e Panzardi Advogados procura dois estagiários: um para o contencioso cível e outro para o consultivo. Os currículos devem ser enviados até o dia 5 de maio para [email protected]. O Olimpio de Azevedo também está com processo seletivo aberto para a área de Direito Esportivo. O candidato que tiver pelo menos um ano de experiência pode mandar e-mail para [email protected].

Nos Estados Unidos
A advocacia norteamericana está submersa na crise. Para sobreviver, terá de rever a política de altos salários para jovens talentos (até US$ 106 mil por ano) e a forma de cobrança de honorários. Apesar de a demanda no contencioso e na área de falências ter crescido, o desequilíbrio nas contas está insustentável, segundo Glenn Hendrix, membro da American Bar Association e sócio de um escritório de 150 advogados, no estado da Georgia.

Além disso, clientes têm pressionado: não querem advogados novatos cuidando de seus processos. Michael Burke, sócio de um escritório com 300 advogados em Washington, diz que está em andamento uma mudança de paradigmas na advocacia do país.

Disputa em arbitragem
Na 16ª edição do Vis Moot, disputa anual em Viena, uma equipe de oito estudantes de Direito da USP conseguiram chegar até as quartas de final. Esta foi a melhor colocação latino-americana em toda a história da competição. O grupo foi comandado pelo advogado Alfred Sioufi, do escritório L.O.Baptista. Os brasileiros concorreram com 233 universidades do mundo e deixaram para trás estudantes de Harvard, Sorbonne e London School of Economics.

A preparação durou seis meses. Passaram pela fase escrita, em que produziram dois memorandos com argumentações a favor das duas partes envolvidas no caso fictício apresentado, e participaram de audiências. Os três estagiários do L.O.Baptista que participaram serão efetivados.

Pelas sociedades
*** O escritório Barros Carvalho Advogados Associados, especialista em Direito Tributário, acaba de inaugurar uma filial em Brasília. A equipe será coordenada pela advogada Olívia Tonello Mendes Ferreira. Com isso, além da atuação nos tribunais superiores, TRF e Supremo, a banca passa a atuar no Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, no Tribunal de Justiça do DF e na Secretaria de Fazenda.
*** Gustavo Gonçalves Gomes, sócio e coordenador do contencioso cível do Siqueira Castro – Advogados, e Hugo Filardi, sócio da banca na Bahia, são os novos integrantes efetivos do Instituto Brasileiro de Direito Processual. A entidade estuda a legislação processual, tendências jurisdicionais e faz sugestões de reforma da legislação.
*** Marco Antonio P. Gonçalves, da Gonçalves e Gonçalves Marketing Jurídico, é o novo colaborador da revista Advogados Mercado & Negócios, publicação que divulga temas de gestão e marketing aplicados aos escritórios de advocacia.