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MPF pede prisão do filho de Sarney e de Silas Rondeau

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29 de setembro de 2008, 12h36

O Ministério Público Federal, no Maranhão, pediu a prisão preventiva de Fernando José Macieira Sarney, filho do senador José Sarney e superintendente do Sistema Mirante, que é retransmissora da Rede Globo no Maranhão. Segundo o maranhense Jornal Pequeno, ele e outras 15 pessoas, inclusive a sua mulher e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, são acusados de crimes contra o sistema financeiro, contra a administração pública, falsidade ideológica, fraude em licitação, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Fernando Sarney já conseguiu um salvo-conduto preventivo contra o pedido de MPF apresento ao juiz da 1ª Vara Federal do Maranhão. O Ministério Público também pediu autorização para que sejam feitas busca e apreensão em empresas ligadas à família Sarney, bem como seqüestrar bens dos envolvidos no grupo.

O Jornal Pequeno, cujos dirigentes são inimigos da família Sarney, teve acesso ao dossiê de 81 páginas, que compõe o Processo 2008.37.00.006229-0.

A investigação, conforme o MPF, começou em 2007 e para se chegar aos indícios do crime foram usadas escutas telefônicas e quebras de sigilo fiscais e bancários, todas com autorização judicial. Para o Ministério Público, Fernando Sarney “funciona como chefe” de diversas “células criminosas, que apesar de independentes entre si, interligam-se na pessoa do requerido”.

Uma das acusações partiu de uma informação proveniente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras. O Coaf, órgão do Ministério da Fazenda, avisou o MPF sobre operações financeiras suspeitas, abrangendo três empresas da família Sarney: Mirante, Gráfica Escolar e São Luís Factoring. As operações suspeitas envolviam contas cujos titulares eram Fernando Sarney, a sua mulher Teresa Cristina Murad Sarney, Eduardo Carvalho Lago, Televisão Mirante Ltda., Gráfica Escolar S/A e São Luís Factoring e Fomento Mercantil Ltda.

No dia 23 de outubro de 2006, vésperas do segundo turno das eleições para o governo estadual, em que Roseana Sarney foi derrotada por Jackson Lago, houve uma transferência de R$ 2 milhões de uma conta de Eduardo Carvalho Lago para a conta da Gráfica Escolar. No dia seguinte, o mesmo valor foi devolvido à conta de Eduardo Lago, da qual foi novamente transferido para a conta conjunta de Fernando Sarney e Teresa Cristina Murad Sarney, respectivamente ex-sócio e sócia da Gráfica Escolar. Fernando Sarney sacou R$ 1,2 milhão no dia 25 e os demais R$ 800 mil no dia 26 de outubro, de acordo com o MPF.

O jornal publica, ainda, que o policial federal Aluísio Guimarães Mendes Filho também teve sua prisão preventiva solicitada pelo MPF. De acordo com a investigação, ele trabalhava em parceria com Fernando Sarney, repassando informações sigilosas da PF.

Os investigados são: Fernando José Macieira Sarney, Silas Rondeau Cavalcanti Silva (atualmente membro do Conselho Administrativo da Petrobrás), Astrogildo Fraguglia Quental (atual diretor financeiro e de Relações com Investidores da Eletrobrás), Teresa Cristina Murad Sarney (mulher de Fernando), Ana Clara Murad Sarney, Ulisses Assad (diretor de Engenharia da Valec, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, responsável pela construção de ferrovias no país), Luzia de Jesus Campos de Sousa, Dulce Marieta Britto Freire (coordenadora de eventos da Mirante), Flávio Barbosa Lima, Gianfranco Antonio Vitório Arthur Perasso, José Odilon Soares Filho, Marco Antonio Bogéa, Roberto Wagner Gurgel Dantas, Thucidides Barbosa Frota e Walfredo Dantas de Araújo.

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