Grampos ilegais

Juiz De Sanctis será ouvido pela PF na quinta, em São Paulo

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22 de setembro de 2008, 21h23

O juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, vai ser ouvido pela Polícia Federal na tarde da próxima quinta-feira (25/9), na sede da instituição, na capital paulista. As informações são da Agência Brasil.

O depoimento do juiz será tomado no inquérito que investiga grampos ilegais feitos durante a Operação Satiagraha, que ele comandou. A revista Veja revelou, em agosto, diálogo telefônico grampeado entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Há a suspeita de que esse e outros grampos foram feitos por um ex-agente do SNI e por servidores da Abin recrutados pelo delegado Protógenes Queiroz para atuar na operação.

De Sanctis será ouvido depois de a desembargadora Suzana Camargo, vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, ter confirmado à PF que o juiz lhe contou, em julho, detalhes sobre conversas captadas em ações de espionagem feitas no Supremo. Suzana Camargo disse à Polícia que ouviu do juiz a informação de que o presidente do STF foi monitorado. Em 10 de julho, ela telefonou para Gilmar Mendes para avisar que ele estava sendo espionado, como revelou a revista Consultor Jurídico.

Em depoimento à CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas, na Câmara dos Deputados, em agosto, o juiz negou que tenha conhecimento de qualquer escuta telefônica ou outro tipo de monitoramento no gabinete de Gilmar Mendes.

Promoção a caminho

O TRF-3 confirmou que o juiz Fausto De Sanctis pode deixar a 6ª Vara Criminal e ser promovido a desembargador do tribunal, o que faria com ele deixasse a frente da Operação Satiagraha. De acordo com o TRF-3, duas vagas estão em aberto com a morte de um desembargador e a aposentadoria de outro e o juiz Fausto De Sanctis poderia concorrer a uma delas por ser o juiz mais antigo e há mais tempo no cargo. Para concorrer às vagas, o juiz teria de fazer sua inscrição e ser aprovado em sessão do Órgão Especial. O tribunal não confirmou se o juiz já teria feito a sua inscrição.

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