Agentes na Satiagraha

PF diz que não autorizou agentes de Abin na Satiagraha

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17 de setembro de 2008, 18h28

O diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, afirmou nesta quarta-feira (17/9) que a participação de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Operação Satiagraha não passou pelo crivo da direção da PF. Corrêa depõe na Comissão de Controle de Atividades de Inteligência do Congresso. Já o ex-diretor da Abin, Paulo Lacerda, disse que a colaboração de agentes foi autorizada pela cúpula da Abin.

Na semana passada, o diretor de contra-inteligência da Abin, Paulo Maurício Fortunato, disse à CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas que 52 homens da agência trabalharam na Satiagraha.

“A atuação da Abin foi legítima. Dentro da Abin, orientações de baixo para cima e as autorizações ocorreram. Se em relação à Polícia Federal não houve isso, eu lamento. Imaginava que isso estivesse ocorrendo”, disse Paulo Lacerda.

Já Corrêa informa que a cúpula não pediu a cessão de agentes da Abin. “Não houve nenhuma comunicação informal nas instâncias superiores da polícia deste procedimento”, disse o diretor da PF. Entretanto, Côrrea explicou que não houve “entrada clandestina” destes funcionários nas dependências da sede da PF em Brasília, onde foram feitas as investigações da Satiagraha.

O deputado José Edmar (PR-DF), preso em 2003 pela PF sob a acusação de grilagem de terras, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, criticou Corrêa, durante reunião. O deputado utilizou palavras ásperas contra o diretor e disse que a PF o prendeu para “acobertar o verdadeiro grileiro de Brasília”.

As declarações de José Edmar criaram um constrangimento que levou o presidente da comissão, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), a solicitar ao deputado que moderasse a linguagem.

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